Se, à primeira vista, as vitórias-régias gigantes parecem frágeis, a realidade é bem diferente. No início deste mês, uma folha de Victoria cruziana do Bok Tower Gardens, na Flórida, nos Estados Unidos, suportou impressionantes 83 kg antes de começar a afundar, conquistando o primeiro lugar no Waterlily Weigh-Off 2025, concurso anual de mídia social promovido pelo Jardim Botânico de Denver.
O evento, que está em sua terceira edição, desafia jardins públicos e zoológicos de todo o mundo a empilhar objetos sobre as folhas de suas plantas aquáticas e registrar o peso suportado. Já foram utilizados nos testes de resistência de tijolos a garrafas de gim, além de bolos de chá e sapos de brinquedo.
Este ano, entre 18 a 24 de agosto, mais de 40 participantes de nove países participaram da competição, demonstrando não apenas a força das folhas, mas também a criatividade dos horticultores.
De acordo com o Jardim Botânico de Denver, as folhas gigantes das espéciesVictoria amazonica, Victoria cruziana e sua mistura híbrida podem chegar a três metros de diâmetro. A resistência das almofadas é garantida por uma estrutura complexa de nervuras radiantes e transversais, que formam compartimentos rígidos contendo bolsas de ar, distribuindo o peso uniformemente. As bordas viradas para cima ajudam a impedir que a água invada a superfície quando a folha é pressionada.
Confira abaixo um dos vídeos que está viralizando nas redes sociais demostrando a força da vitória-régia que ganhou o concurso. A publicação soma mais de 387 mil visualizações. Veja:
Conforme explica Kevin Bendetti, horticultor do Brookgreen Gardens, na Carolina do Sul, ao Post and Courier, as vitórias-régias gigantes podem ser perigosas no lado de baixo de suas enormes folhas. Isso acontece devido à coberta de espinhos afiados dessas plantas, que as protegem de predadores e de outras plantas invasoras
Além de ensinar o público sobre botânica e biologia aquática, cientistas estudam as folhas gigantes dessas espécies para inspirar soluções de engenharia, especialmente em estruturas flutuantes artificiais.
O segundo lugar do concurso deste ano ficou com um nenúfar gigante do Jardim Botânico do Missouri, que suportou 82,5 kg, e o terceiro, com um espécime do Jardim Botânico de Huntsville, no Alabama, que alcançou 80 kg. O exemplar do Jardim Botânico de Denver conseguiu apenas 22,5 kg, mas a equipe celebra a repercussão e a popularidade do evento.
“Estou muito orgulhosa do que conseguimos construir a partir dessa ideia boba que começamos”, diz Vanessa Callahan, gerente assistente de engajamento de aprendizagem no Jardim Botânico de Denver ao KMGH-TV. “[Os jardins participantes] estão demonstrando tanta criatividade, tanta narrativa, tanta sinceridade em relação a si mesmos, suas experiências e personalidade, e estou me divertindo muito assistindo”.
(Por Carina Gonçalves)