A CBF anunciou, na última segunda-feira, a implantação do impedimento semiautomático a partir da primeira rodada do Brasileiro de 2026, no dia 28 de janeiro. O anúncio foi feito durante encontro do Grupo de Trabalho de Arbitragem da entidade. O evento contou com apresentação da Genius Sports, empresa ser escolhida para fornecer a tecnologia e que atende grandes ligas, como a Premier League.
Ex-assistente da liga inglesa, Harry Lennard é o atual diretor de arbitragem da empresa. Ele apresentou detalhes do sistema que será implantado no futebol brasileiro e destacou suas melhorias para a credibilidade das decisões dos árbitros.
A tecnologia usada na Premier League e escolhida pela CBF usa cerca de 30 aparelhos iPhone 16 Pro, que devem ser atualizados para modelos 17 Pro, nos estádios. Os celulares gravam toda a partida em 4k, a 100 frames por segundo, o que permite criar uma réplica digital do jogo.
Segundo Lennard, o programa monitora milhares de pontos no corpo de cada atleta em campo, além da bola. Ele define, através de inteligência artificial, o momento exato do passe e quem são o atacante e o defensor que interessam para a análise.
O sistema é capaz de determinar automaticamente qual é o ponto do corpo do atleta que está mais próximo da linha de fundo – se em um frame é o ombro e, no seguinte, se torna um dos pés, por exemplo.
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CBF faz acordo com mesma empresa que fornece tecnologia para Premier League para impedimento semiautomático — Foto: Staff Images/CBF
Em entrevista ao ge em setembro, Harry Lennard reiterou que a tecnologia só é chamada de “semiautomática” por não determinar sozinha os impedimentos.
– A cada fim de semana, na Premier League, há cerca de 250 impedimentos. O sistema, sozinho, tem 97,8% de acerto. É muito próximo de algo totalmente automático. Em um fim de semana recente, fomos usados em cinco decisões. Em apenas uma delas tivemos que mudar o ponto do toque na bola por dois frames – contou.
O recurso promete entregar a decisão em pouco mais de um minuto. Na Premier League, os jogadores levam, em média, 66 segundos para a comemoração até a volta ao círculo central. De acordo com a Genius Sports, esse será o tempo para um impedimento duvidoso seja esclarecido e revisado pelo VAR. As imagens digitais também poderão ser usadas para o treinamento dos assistentes.
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Equipamento utilizado pelo sistema da Genius de impedimento semiautomático — Foto: Divulgação
Segundo Lennard, é possível preparar a estrutura necessária para o sistema em qualquer estádio.
– Precisamos cerca de dois dias para instalar os equipamentos nos estádios. Não há um local em que a gente não tenha conseguido instalar. Às vezes é preciso ser criativo. Há um estádio na Bélgica que estavam reformando uma das arquibancadas e tivemos que colocar as câmeras em postes, mas isso não afetou a qualidade – disse Lennard, ao ge, em entrevista realizada em setembro. (GE)

