Carros de luxo, apartamentos em Cuiabá e uma casa no Lago do Manso, em Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá, são alguns dos bens que os investigados da Operação Apito Final, que resultou na prisão de 20 pessoas suspeitas de envolvimento em lavagem de dinheiro de mais de R$ 65 milhões, adquiriram sem possuir nenhum tipo de emprego, segundo a Polícia Civil de Mato Grosso.
A polícia informou que as investigações começaram quando a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) verificou que o patrimônio adquirido não era compatível com a renda dos investigados, que são suspeitos de integrarem uma facção criminosa.
As investigações apontaram que, mesmo desempregados, os suspeitos possuíam mais de R$ 3,8 milhões em carros de luxo, sendo que um dos veículos era avaliado em mais de meio milhão de reais. Segundo os policiais, os veículos foram registrados em nome de intermediários, conhecidos como “laranjas”, que não possuíam patrimônio legal suficiente para a compra dos bens.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Rafael Scatolon, os suspeitos usavam transações de compra e venda de bens como método para encobrir e ocultar a origem ilegal dos valores oriundos do tráfico de drogas.
Conforme o boletim de ocorrência, os suspeitos utilizavam falsas garagens, arranjadas por cúmplices do principal alvo da operação, para camuflar o esquema relacionado à transação de automóveis. A polícia informou que, em um ano, somente na compra e venda de 43 veículos, o grupo criminoso teria movimentado aproximadamente R$ 8 milhões.
Entenda o caso
Na última terça-feira (2), vinte pessoas foram presas suspeitas de envolvimento na lavagem de dinheiro de mais de R$ 65 milhões, durante a Operação Apito Final, em Chapada dos Guimarães, São José dos Quatro Marcos e Maceió (AL). A Polícia Civil também cumpriu 29 mandados de busca e apreensão, indisponibilidade de 33 imóveis, sequestro de 45 veículos e bloqueio e 25 contas bancárias.
A investigação teve início quando a polícia descobriu que o responsável pelo tráfico de drogas na região do Jardim Florianópolis, após sair da prisão, assumiu o cargo de tesoureiro de uma facção criminosa e adquiriu uma grande quantidade de propriedades e veículos. Ele utilizava dinheiro que passava por contas bancárias e, em seguida, era convertido em ativos legais para ocultar a origem ilegal desses recursos.
Segundo a polícia, foram identificadas compras de diversos terrenos, casas e apartamentos, muitos localizados em condomínios de classe média na capital. Todos esses bens foram adquiridos em nome de “testas de ferro”, mas estavam diretamente ligados ao principal alvo da investigação.
Prisões em Maceió
Quatro alvos da foram presos na em Maceió, na sexta-feira (29), entre eles, o chefe do grupo criminoso, enquanto participavam de um jogo de futebol.
Um quinto alvo da operação, advogado e integrante da organização criminosa, que foi a Alagoas para dar assistência jurídica a seu cliente, também foi preso na última terça-feira (02.04), em Maceió (AL).