Somos românticos. Intensa ou minimamente, mas românticos. Daí termos, corriqueiramente, o passado muito presente em nossas vidas; talvez porque há muito de fantasia e neblina nele, ainda mais o longínquo. Não faz muito tempo que tomávamos banho na “Praia dos Milionários”, ali atrás das boates Sayonara e Balneário. Aos finais de semana, dividíamos as areias brancas com centenas de pessoas e as águas cristalinas mostravam-nos belas “Pêras” e Dourados. Já não os há mais. Agora, pululam garrafas “pet”, fezes e toda sorte de poluentes. Soluções existem, dentre elas: coleta seletiva de lixo, tratamento do esgoto e educação ambiental. Se não conscientizarmos a população, nada adiantará.

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Sou daquele tempo em que andávamos sem camisas pelo centro da cidade como se ele fosse os nossos quintais. Jogávamos figurinhas com os “turcos” ali na Coxim (Isaac Póvoas) e nossas mães sempre sabiam onde estávamos. Lá no “Morro” (Museu da Caixa d’Água Velha), o campinho reunia grandes jogadores, inclusive profissionais e peladeiros cabeças-de-bagre que enterravam a tarde e traziam a noite. Sempre que posso vou à Praça Alencastro.

Divido, à noite, o espaço com alguns “skatistas” que, não fosse pelo barulho que fazem, pouco incomodam. Lá, tomando um sorvete de Bocaiuva, volto no tempo em que fazíamos dela e de sua fonte luminosa nosso melhor artifício para uma troca de olhares ou simples “oi” que soava como uma eloquente declaração de amor. E as noites voavam…

Quarta-feira, fui ao Verdão assistir ao jogo Grêmio de Jaciara e Grêmio de Porto Alegre. Fui com meu velho “radinho” de pilhas ouvindo a Cultura do cuiabaníssimo Rosenil Luiz que, aos domingos, brinda-nos com o programa SOS Social. Ao vê-lo quase repleto de torcedores (mesmo que o borderô da Federação diga o contrário) lembrei-me do futebol de antanho.

O belíssimo futebol praticado pelo elegante Glauco Marcelo (na minha modesta opinião, o maior zagueiro mato-grossense de todos os tempos), Adilson, Barga e Gonçalves, do Dom Bosco, que infernizaram as defesas de Mixto e Operário, anos a fio. E o tenso duelo do inigualável de Ruiter Jorge de Carvalho e o volante Adalberto, do Azulão da Colina Iluminada.

Dentre tantos, outro inesquecível é o artilheiro Nasser, um dos responsáveis pelo título do Alviceleste de 1991, no empate de 1 X 1 com o União, de Gilson Lira. Grêmio e Grêmio fizeram um jogo apenas razoável. Esperava-se mais do time dos pampas e que o time de Mato Grosso não fizesse um primeiro tempo que fez: sentindo um verdadeiro pavor do adversário. Faltou confiança.

Talvez a praça e sua fonte não fossem tão bonitas; nem as areias do Coxipó, tão brancas e muito menos que o futebol de minha geração fosse tão maravilhoso como eu o imagino. Mas acontece que somos românticos e os nossos olhos brilham quando voltamos naqueles tempos em que Cuiabá era apenas uma cidade pacata e pequena, de pessoas de hábitos singelos e sorrisos largos como se a nossa simplicidade nos fizesse melhores e maiores que o mundo…

 

*SÉRGIO EDUARDO CINTRA é professor de Linguagens e de Redação em Cuiabá, há 44 anos e está servidor do TCE-MT. Foi vereador, Diretor Executivo da Funec e secretário de Cultura de Cuiabá. Atualmente é servidor do TCE-MT. 

CONTATO:                       sergiocintraprof@gmail.com

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*Artigo de opinião escrito em 2009 que agora, 16-02-2024, republico a pedidos.