O São Paulo está tendo um choque de realidade com o elenco neste início de Brasileirão. Foram três jogos e três empates. O mais recente neste domingo, contra o Cruzeiro, por 1 a 1, no Morumbis. Antes, dois 0 a 0: com Sport, na estreia, também em casa, e contra o Atlético-MG, fora de casa. A análise é de Marcelo Braga. Confira:

Até aqui, além da falta de criatividade, o Tricolor vem sofrendo com lesões de jogadores importantes, como Pablo Maia, Lucas, Oscar, Luiz Gustavo e Arboleda. Contra a Raposa, para piorar, Calleri estava suspenso pelo vermelho recebido na segunda rodada. O Tricolor não consegue engrenar.

Diante do Cruzeiro, o técnico Luis Zubeldía também estava suspenso. Foi o auxiliar Maxi Cuberas que cumpriu o plano de jogo, montando o time no 4-2-4. O primeiro tempo, no entanto, foi de pouquíssima inspiração. Tanto do São Paulo quanto do Cruzeiro.

No intervalo, Luciano e Alisson deram vaga a Matheus Alves e Bobadilla, e o placar foi aberto com Ferreirinha, que aproveitou cruzamento de Cédric Soares e marcou.

O time, porém, não teve poder de definição. Numa jogada aérea, levou o gol de empate de Kaio Jorge, no primeiro gol de escanteio sofrido na temporada. Mas o Cruzeiro só teve essa oportunidade, porque o São Paulo repetiu o erro do meio de semana: tirou o pé do acelerado quando fez vantagem.

Na quinta-feira, pela Libertadores, o Tricolor abriu 2 a 0 no Alianza Lima e poderia até ter feito mais. Mas não definiu um placar mais elástico, deu espaços e sofreu um frustrante empate. No domingo, o apagão foi mais cedo até, poucos minutos depois de abrir 1 a 0 no Cruzeiro.

Ferreiras em alta

Titular mais uma vez, Lucas Ferreira voltou a mostrar personalidade, chamou jogadas individuais, participou do lance do gol e deu trabalho (assim como Ferreira). Sua permanência no time titular, sem Lucas e Oscar, parece certa.

Dos jovens, entraram ainda Matheus Alves, que falhou na marcação no gol da Raposa, e Ryan Francisco, que lutou na frente.

O resultado, porém, foi mais uma prova de que o São Paulo tem corrido risco alto na temporada ao disputar torneios com um elenco reduzido. Faltam jogadores que mantenham um nível de atuação ao longo dos 90 minutos.

Lucas Ferreira e Ferreira comemoram gol do São Paulo — Foto: Marcos Ribolli

Lucas Ferreira e Ferreira comemoram gol do São Paulo — Foto: Marcos Ribolli

O apito final jogou na equipe e na comissão técnica mais uma chuva de vaias. Como já aconteceu nos empates por 0 a 0 contra o Sport, na estreia do Brasileirão, e diante do Alianza Lima, por 2 a 2, na última semana, pela Conmebol Libertadores. A paciência do torcedor parece cada vez menor com a fase.

A diretoria, porém, banca o trabalho de Zubeldía e coloca o jogo contra o Santos, no domingo de Páscoa, como um limite para reação. No caminho, há um jogo no Rio contra o Botafogo, na noite de quarta-feira, também pelo Campeonato Brasileiro. (GE)