Desde que a tumba esculpida em rocha “Kampp23” foi descoberta na década de 1970, na necrópole de Al-Asasif, em Luxor, no Egito, arqueólogos trabalhavam para identificar o cadáver que o local abrica. Agora, eles levantaram uma nova hipótese, que afirma que o túmulo foi construído para o antigo prefeito de Tebas, Amon-Mes.
Divulgada na semana passada pelo Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito, a descoberta foi conduzida por uma missão arqueológica composta pelo Conselho Supremo de Antiguidades e a Universidade de Ontário, no Canadá.
O prefeito enterrado na tumba governou durante o período Raméssida (1295–1070 a.C.). O plano arquitetônico do local de enterro se assemelha ao das tumbas do período, no formato de “T”, com um corredor que conduz da capela à câmara funerária. O recinto também inclui nichos esculpidos nas paredes ao redor da entrada, além de um pátio aberto e estátuas esculpidas na rocha no salão transversal e nessa mesma capela.
Há várias peças arqueológicas e inscrições que já haviam sido encontradas anteriormente em diferentes locais da margem oeste de Luxor e que trazem outros títulos de uma pessoa chamada Amon-Mes. Entre eles: conselheiro do rei, pai divino de Amon, cobrador de impostos e chefe do serviço de pedreiras da expedição do rei Ramsés IV no Vale das Pombas.
Porém, ainda não foi possível confirmar se esses títulos pertencem ao proprietário da tumba ou se são referentes a outro homem chamado Amon-Mes, que teria ocupado o cargo de prefeito de Tebas posteriormente ao período Raméssida.
Túmulo de Kampp 23 na necrópole de Al-Asasif, na margem oeste de Luxor, no Egito
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O chefe da missão arqueológica pelo lado egípcio, Abdel Ghaffar Wagdy, explica em comunicado que há algumas evidências de reutilização posterior da tumba. Por exemplo, a equipe achou vestígios de gesso colorido cobrindo as inscrições nas paredes de calcário, restos das laterais da entrada principal construída com materiais diversos e fragmentos de algumas peças, como estatuetas de ushabti (que tinham o propósito de atuar como “servos” para o morto na vida após a morte).
Por sua vez, o Secretário-Geral do Conselho Supremo de Antiguidades, Mohamed Ismail Khaled, ressaltou o pioneirismo da missão, que foi a primeira a realizar escavações dentro da tumba desde a sua descoberta, há mais de 50 anos.
Já o Ministro do Turismo e Antiguidades, Sherif Fathy, disse que a descoberta representa uma contribuição significativa para entendermos a vida dos altos funcionários do antigo Estado Egípcio. Ele destaca o “apoio contínuo do governo egípcio aos esforços de pesquisa e às descobertas arqueológicas, o que contribui para reforçar a posição do Egito no mapa do turismo cultural mundial”.
A equipe pretende descobrir mais informações sobre o proprietário da tumba nas próximas temporadas de escavações, segundo informou Casey L. Kirkpatrick, chefe da missão pelo lado canadense.
(Por Redação Galileu)