O secretário de Governo de Várzea Grande, Benedito Lucas, descartou a possibilidade da prefeita Flávia Moretti (PL), enviar o projeto de lei para a concessão onerosa do Departamento de Água e Esgoto (DAE-VG), logo nos primeiros meses de gestão. Ele salienta que, embora tenha sido uma das promessas de campanha de Flávia, no momento, o tema segue em fase de estudos, podendo dar o start junto ao Legislativo somente no final do ano ou em 2026. Isso porque tema envolve muitos trâmites jurídicos.

Em entrevista ao Rdnews, Benedito explica que a prefeita trabalha com duas possibilidades, a Manifestação de Interesse Privado (MIP), quando empresas se interessam na exploração do serviço, e o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), quando o município abre para a concorrência. A rendência maior, neste momento, é que se faça uma MIP.

“Ela segurou, porque nós estamos realmente fazendo estudos. E aí, tem já uma equipe que está fazendo estudo para isso. Eu acredito que se for alguma coisa a movimentar na Câmara, vai ser no final do ano. Porque só esses estudos demoram seis a oito meses. Aí você tem audiências públicas com sociedade, audiência pública em Câmara. Aí é que vai para a discussão e votação, talvez no início do outro ano. Demora”, argumentou ele.

Benedito explicou que a cautela da prefeita, se deve à necessidade de traçar o melhor plano, para que os várzea-grandenses não sejam mais prejudicados com a demanda da água: “Qual que é o foco da prefeita? Qual que vai dar o melhor serviço e a água ficar mais barata? Ela não quer um serviço que seja menor, ou mais inferior que em Cuiabá, ou uma água mais cara que em Cuiabá”.

“Você já pensou a gente fazer uma concessão e a água de Várzea Grande ficar mais cara que em Cuiabá, não pode. A gente está focado nisso aqui, estamos vendo qual as duas formas de poder trabalhar, que a gente vai conseguir lá na ponta, no final da concessão, ter um ganho para o Poder Executivo de venda, porque é uma concessão onerosa, garantir os investimentos que precisa e, ao mesmo tempo, garantir um preço de água que seja bom para a sociedade em função do trabalho”, emendou.

O DAE é um dos principais gargalos da gestão dos prefeitos ​que passaram pela Prefeitura de Várzea Grande. Historicamente, a cidade sempre sofreu com a falta de abastecimento, embora, esteja localizada ao lado do Rio Cuiabá.

Gargalo

No ano passado, o ex-prefeito, Kalil Baracat (MDB), mesmo com fortes investimentos no saneamento, conforme relato de aliados, se viu “sabotado” por servidores do DAE.

Além de ter um rombo milionário, a autarquia chegou a ser alvo de operação policial às vésperas da eleição municipal, referente a denúncias de cobrança de proprinas para execução de serviços que já eram de competência dos servidores e fraude nas contas de água.

Flávia, por sua vez, foi eleita prometendo resolver o problema histórico e, agora, também se vê em apuros com episódios de depredação e boicotes.

(Rdnews)