Vereador Cézare Pastorello (PT), de Cáceres, que fica a 218 km de Cuiabá, na fronteira com a Bolívia, saiu em defesa dos bolivianos, após ser atribuída a eles a culpa pela superpopulação na única UPA do município, que é referência em Saúde na região. Para o petista, isso não é verdade e não passa de xenofobia e reprodução de discurso de ódio.
“A culpa pela superlotação da UPA de Cáceres não é dos bolivianos, eles não são os responsáveis pela crise na saúde”, afirmou o vereador, em reunião realizada quinta-feira (8) à noite, na Câmara de Cáceres, para tratar sobre os graves problemas na UPA, no Hospital Regional e toda a crise no setor.
Neste final de semana, Pastorello postou sua fala no Instagram, inclusive parte dela em espanhol, numa tentativa de se fazer entender por todos os bolivianos, que foram atingidos pelos discursos de ódio.
A xenofobia é o ódio, preconceito, discriminação e a hostilidade a pessoas de outras regiões ou países.
“Saúdo meus irmãos e irmãs bolivianas e peço perdão, se em algum momento se sentiram afetados pelas falas de alguns vereadores, não hoje, nesta reunião, mas na sessão passada, que chegaram a dizer que a culpa pela superlotação da UPA era por conta dos bolivianos. Em nome da população de Cáceres, então, peço perdão pelas falas que não representam o sentimento do povo cacerense”.
O pedido de perdão foi aplaudido pelos presentes.
Pastorello informou que somente 10 pacientes bolivianos foram atendidos este ano na UPA de Cáceres, ou seja, um número inexpressivo e incapaz de promover o caos que está instalado no setor.
Para Pastorello, a xenofobia é um preconceito que não podemos reproduzir e sim combater.
Ele também salientou que o SUS é um sistema universal e a UPA tem, por lei, portas abertas a todos que chegarem enfermos, em busca de atendimento, seja brasileiro, seja estrangeiro.