Decisão do juiz Moacir Rogério Tortato, que autorizou a Operação “Fides Fracta”, deflagrada pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na manhã desta quarta-feira (26), determinou ainda o bloqueio de bens de investigados e empresas utilizadas para lavagem de dinheiro. As investigações apontam uma organização criminosa formada por policiais militares que atuavam na região metropolitana de Cuiabá, Várzea Grande e Goiânia (GO).
Um investigado e ex-policial militar é apontado como líder do grupo criminoso, responsável por centralizar as atividades ilícitas e empregar familiares próximos, como seu irmão e a tia para compor o quadro societário de diversas pessoas jurídicas, como a TS Incorporação Ltda., TS Soluções Cred Empresa Simples de Crédito Ltda., Alves e Freitas Ltda., Silva Multimarcas e Silva Lavacar.
Segundo a investigação, as empresas não possuem sede física compatível com as declarações cadastrais e funcionam apenas como instrumentos de dissimulação patrimonial, voltados à reciclagem de recursos obtidos mediante atividade criminosa.
Ele realizava empréstimos ilegais a juros abusivos, preferindo receber veículos como forma de garantia, utilizando terceiros para registrar bens. Já em 2021 ele possuía patrimônio considerado incompatível com a remuneração de servidor público militar.
Foram identificados 18 veículos em seu nome, entre os quais Chevrolet Camaro, Volvo XC6O e BMW, totalizando aproximadamente R$ 1.33 1.797,00. Junto de Eclesiaste, movimentou por meio da TS Incorporação Ltda, entre 2020 e 2022, o montante de R$ 8.079.606,77 em créditos e R$ 8.078.961,37 em débitos.
Boletins de ocorrência narraram situações de cárcere privado, ameaças armadas e tortura empregadas por ele e comparsas para assegurar o pagamento das dívidas, configurando a existência de uma organização criminosa voltada para a prática de crimes, dentre eles usura e extorsão.
(Nortão on-line)

