A Polícia Civil de São Paulo desassociou o ato realizado no último domingo, na Avenida Paulista, das torcidas organizadas de clubes de futebol do estado. Manifestantes marcharam num protesto “pró-democracia” e houve confronto com apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e com a Polícia Militar.
As principais organizadas e os que se apresentaram como líderes do movimento de domingo já tinham rejeitado a vinculação, admitindo apenas que se tratam de torcedores, alguns ligados às torcidas, mas em ação espontânea e sem apoio formal das organizações.
A Drade (Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva), especializada que atua na investigação de crimes relacionados ao esporte, também não identificou os líderes do protesto entre os torcedores violentos que usualmente são monitorados pela delegacia.
O mais proeminente entre os que organizaram o ato de domingo é o corintiano Danilo Pássaro, criador do movimento “Somos Democracia”.
– A gente tem percebido uma escalada autoritária no país, nos revoltamos com algumas coisas que vêm ocorrendo, como as manifestações que pedem a volta da ditadura, intervenção militar ou que agridem jornalistas e profissionais da saúde. A gente avalia que isso está testando os limites da nossa democracia e que se não houver uma contraposição nessa disputa de narrativas pode ser muito tarde, e a gente pode ter uma ruptura do regime democrático – opinou Danilo ao GloboEsporte.com.
Preocupados com a repercussão da manifestação, que terminou em repressão da polícia, lideranças das maiores organizadas de São Paulo procuraram a Drade para reforçar que não se trata de um movimento institucional das torcidas.
Apesar disso, a delegacia mantém monitoramento de redes sociais para identificar possíveis abusos – há um novo protesto convocado para o próximo domingo, dia 6 de junho.
Dois homens, corintianos, foram identificados incitando a violência em postagens no Instagram e serão intimados a depor. Eles não são associados a torcidas organizadas.
(Globo Esporte)