Contrário ao uso de câmeras nas fardas da Polícia Militar, o governador Mauro Mendes (União Brasil ) disse que Mato Grosso adotará a medida se membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Comando Vermelho (CV) também forem obrigados a usar o equipamento. Para ele, as câmeras dificultam o trabalho dos policiais e colocam as equipes em risco.
“Então vamos combinar o seguinte: todo mundo do PCC do Comando Vermelho vai ter que colocar uma [câmera] também. Se fizer uma lei e garantir isso, ok. Agora, colocar no policial e dificultar o seu trabalho no dia a dia não vale a pena”, disse o governador à imprensa.
Não é de hoje que o assunto é polêmico. Em 2022, o deputado estadual Wilson Santos (PSD) chegou a apresentar um projeto de lei que visava a obrigatoriedade de instalação de câmeras de vigilância em veículos, aeronaves, uniformes e capacetes dos integrantes dos órgãos de Segurança Pública do Estado. Porém, a matéria não foi aprovada por apresentar vício de iniciativa já que a proposta teria que partir do Executivo estadual.
Ano passado, o parlamentar voltou a defender o tema e pedir mais sensibilidade do governador quanto ao tema. No entanto, Mauro Mendes sempre deixou claro que é contrário à proposta.
“Eu acho que é um equívoco [colocar câmeras]. A violência no país não é ter ou não ter câmera na farda do policial. Nós estamos criando um factoide desviando atenção dos graves problemas que nós temos na segurança pública do país. Se colocar a câmera na farda as facções criminosas vão parar de crescer no país? A bandidagem vai se amedrontar por causa de uma câmera? Vai se sentir mais à vontade com a atuação da PM, vão criar mais embaraços e não vai resolver a situação da PM. Se resolvesse eu estaria aplaudindo”, explicou o governador.
Mato Grosso em 3º lugar no ranking
Um levantamento divulgado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) mostrou que Mato Grosso é o 3º estado do país em que a letalidade da polícia mais cresceu em 2023. O estado está atrás de Mato Grosso do Sul e Roraima.
Durante 2023 em MT, foram 223 mortos por intervenção de agentes do Estado, número 104,59% superior ao registrado em 2022, quando 109 pessoas foram mortas em confrontos. A taxa é de 2,91 mortes a cada 100 mil habitantes.
(Rdnews)