Aconteceu, no último dia 4, importante audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso para debater a conclusão das obras do VLT. O autor do requerimento foi o deputado Valdir Barranco.

Fui convidado a participar para uma fala de apenas 8 minutos e o que disse está gravado e reafirmo aqui: O povo está cansado dafalta de resultados e promessas não cumpridas de políticos.Por isso, é inaceitável, neste momento de pandemia com parcos recursos, sugerir um plebiscito como quer o prefeito de Cuiabá. É só palanque e não resolve o problema.

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É preciso, sim, desmentir com propriedade e tecnicamente essa grande farsa que o governo do Estado montou para favorecer o BRT poluente e prejudicar o VLT, que está induzindo o judiciário em erro.

O governo do Estado insiste em dizer que o VLT é sinônimo de corrupção, o que não é verdade. O VLT existe em 402 cidades do mundo e em várias cidades do Brasil, sem corrupção. Se houve corrupção do VLT em Cuiabá (até agora ninguém foi punido por isso), os responsáveis têm que ser punidos exemplarmente. Mas a obra tem que ser finalizadaporque a grande prejudicada pela paralisação é a sociedade. Veja outro exemplo: se na construção de um hospital ou escola, tiver corrupção, então o governador não termina a obra? É evidente que não!Pune-se exemplarmente os responsáveis e finaliza a obra porque a obra mais cara que existe é a obra parada. O Brasil perde anualmente 300 bilhões com obras inacabadas.

A segunda farsa colocada pelo governo do Estado é de que a tarifa do BRT é menor que o VLT afirmando valores até em centavos. Pasmem! Como isso é possível sem projeto básico e muito menos projeto executivo.

A terceira farsa anunciada pelo governo do Estado de forma unilateral é conclusão do BRT ser a mais rápida do mundo. Ora! O Estado não pode interferir no interesse metropolitano sem consultar o município. O governo estadual, além de não consultar, precisa submeter todo o projeto básico e executivo ao município, e este, pode aceitar ou não. Inclusive modificar. Isso é Lei Federal!

Outro procedimento que envolve o governo federalem relação ao VLT que precisa ser colocadoé que o Conselho Gestor da Caixa Econômica Federal não pode autorizar a troca de modal. Existe um contrato assinado entre o Estado e a CEF que proíbe a troca para BRT. Isto porque o governo do Estado comprou equipamentos caríssimos, investiu em infraestrutura do VLT em mais de 1 bilhão e paga R$ 4 milhões por mês pelo empréstimo até 2047, mesmo o VLT não funcionando. É preciso concluir e honrar o compromisso do VLT.

Outra farsa anunciada pelo governo do Estado é que roubaram 1 bilhão de reais. Ao contrário, com esse dinheiro do VLT foram comprados 40 trens, 280 vagõesdiretamente da Espanha por mais de R$ 485 milhões, e outros equipamentos como computadores de alta tecnologia, 40 km de cabos de energia, 22 km de trilhos, 9 subestações, todo o posteamento com catenárias, sistema semafórico, AMV (aparelho de mudança de via), que estão guardados numa área de 133 mil metros quadrados no Centro de Controle e Operação (CCO) ao lado do aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande.Além disso, foram construídos com o dinheiro do VLT o viaduto do aeroporto, a estação de passageiros, o viaduto da avenida da FEB, 3,5 km de trilhos eletrificados (tudo isso só em Várzea Grande o que representa 70% das obras concluídas) e mais a ponte de concreto de 224 metros sobre o rio Cuiabá, o viaduto da SEFAZ, o viaduto da UFMT, o viaduto da MT-040 além de 294 vigas de concreto para a ponte sobre o rio Coxipó. Tudo isso, o governador quer jogar no lixo.

Outra farsa em dita de forma irresponsável pelo governador é de que o VLT iria consumir mais 1 bilhão para finalizar a obra. Ao contrário, a proposta do Movimento Pró VLT, que envolve o Instituto de Engenharia de Mato Grosso e São Paulo, o Secretário Nacional de Mobilidade Urbana que criou o Grupo de Trabalho, Jean Pejo, é que seja feita uma Parceria Público Privada (PPP) onde o Estado não precisa desembolsar mais um tostão de dinheiro novo. O que existe na conta do VLT, R$ 193 milhões (a sobra do empréstimo de 1 bilhão) é suficiente para terminar a primeira etapa: Aeroporto – Porto – Centro.O restante será com a iniciativa privada.

Segundo o engenheiro Jean Pejo, “o VLT ganha em todos os quesitos. É a solução técnica, institucional e econômica para Cuiabá e Várzea Grande”.

Se o governo estadual não tem interesse em concluir o VLT, então que remeta a responsabilidade ao governo federal que, com certeza, terminará a obra.

 

*VICENTE VUOLO  é economista, cientista político e coordenador do Movimento Pró VLT Cuiabá-Várzea Grande.

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