Em meio à fervura precoce das articulações para 2026, o vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta (Republicanos), se esquivou dos rumores de que teria convidado a deputada estadual Janaína Riva (MDB) para ser sua vice em uma eventual chapa ao governo do Estado. Em público, durante um evento realizado na noite de terça-feira (22), no Palácio Paiaguás, Pivetta não apenas negou o convite, como desdenhou completamente do burburinho de bastidores.

“A deputada sabe que não é a verdade. E eu não acredito que ela tenha comentado isso. Eu não fiz convite a ela e não fiz convite a ninguém”, afirmou. Mais do que negar, Pivetta adotou um tom de desprezo ao ser questionado sobre a origem do boato. “Não sei. Também não tenho interesse em saber. Isso é tão irrelevante. É tão pequeno”, disparou, deixando claro que pretende manter distância das rusgas criadas nos bastidores.

Nos corredores da política mato-grossense, porém, a história é outra. O suposto convite à Janaína, que já foi aliada de Pivetta no passado, teria acendido um alerta entre aliados do governador Mauro Mendes (União). Embora tenha integrado a base governista na Assembleia Legislativa, Janaína representa um projeto político próprio: o da família Riva, com raízes e interesses distintos dos do grupo de Mendes.

A deputada também é casada com Diógenes Fagundes, filho do senador Wellington Fagundes (PL), outro pré-candidato ao governo, o que torna qualquer reaproximação com Pivetta um movimento carregado de implicações.

A simples especulação de uma chapa Pivetta-Janaína foi suficiente para causar desconforto no núcleo mais próximo do governador. O silêncio de Mendes sobre o assunto alimenta a tensão. Pessoas próximas ao núcleo de Mauro e Pivetta afirmaram que “nenhum balão de ensaio voa por acaso”, e que nenhum ruído é totalmente irrelevante às vésperas de uma disputa majoritária.

(Olhar Direto)