O vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) afirmou ter visto em presídios movimentos de faccionados demonstrando apoio ao governo do presidente Lula (PT) e em oposição ao expresidente Jair Bolsonaro (PL). “Eu vi recentemente, em alguns presídios, movimentos de faccionados declarando claramente oposição ao Bolsonaro e favorável ao governo Lula. Dá a impressão que o Lula gosta desse pessoal”.
A fala foi feita em uma entrevista coletiva na segunda-feira (12) após ele ser instado a comentar sobre a recusa do governo petista em enquadrar as facções criminosas – a exemplo de PCC e CV – como terroristas. A recusa do governo foi feita na última semana, após pedido de um enviado do governo Trump.
A respeito desse tema, o vice-governador preferiu não comentar, alegando que essa é uma pauta a qual não se dedicou a pensar sobre. “Isso é uma pauta federal. Eu estou aqui ajudando o Mauro a governar”, disse.
“Tráfico, traficante, participa de uma organização que faz muito mal ao coletivo. Eu sou Estado, eu estou ajudando o governador. Nós fazemos em Mato Grosso o enfrentamento cotidiano de todos os tipos de crimes, especialmente ao crime organizado, porque o crime organizado acontece onde o Estado é desorganizado. Só se organiza, paralelamente ao Estado, organizações que merecem ser combatidas com o rigor e a força do Estado”.
Ao contrário de Pivetta, o governador Mauro Mendes (UNIÃO) criticou o governo federal por não enquadrar facções como organizações terroristas. Na avaliação do governador, não há como ignorar o caráter violento e brutal das facções, e a decisão do governo de não reconhecê-las como grupos terroristas é, segundo ele, uma forma de omissão.
“Hoje as facções criminosas estão realmente fazendo o terror. Elas matam, elas cortam cabeça, elas matam pessoas na frente da família, elas arrancam corações, fazem verdadeiras atrocidades praticando o terror. E isso, pra mim, é terrorismo. O governo brasileiro se negou e, no nal, se apega à lei brasileira que classica outras coisas como terrorismo e não as facções criminosas”, disse Mendes na última semana.
(Olhar Direto)