A perícia que definirá se o ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis responderá pelo estupro e homicídio da advogada Cristiane Castrillon está marcada para a última segunda-feira de janeiro (29). O réu foi intimado acerca da realização do exame na cadeia de Chapada dos Guimarães (65 km de Cuiabá) onde se encontra preso desde agosto. A perícia definirá se o ex-PM tem insanidade mental e, portanto, é inimputável ou se tinha consciência de seus crimes à época da morte de Castrillon. Caso fique atestada a insanidade, ele poderá fazer jus à absolvição imprópria. O exame acontece a partir das 9h na Politec, em Cuiabá.

A data foi marcada no dia 11 de janeiro logo após a Defensoria Pública, que patrocina a defesa de Almir, entregar os questionamentos que deseja que sejam esclarecidos pelos médicos legais. A acusação, feita pelo Ministério Público, entregou formalmente os quesitos no fim de dezembro.

A DPMT estabeleceu 14 perguntas divididas entre quesitos sobre a inimputabilidade, inimputabilidade parcial, inimputabilidade parcial e total, lapso temporal entre a perícia e a data do fato, quesitos comum a todos os casos de inimputabilidade ou superveniência e quesitos comuns a todas as perícias.

As perguntas buscam esclarecer se o ex-PM portava algum tipo de doença mental ou atraso no desenvolvimento; se em decorrência de eventuais transtornos ou atrasos, era incapaz de entender o caráter criminoso; se tinha entendimento da ilicitude e, em caso que se comprove a incapacidade, qual medida é recomendada ao réu, a internação ou tratamento ambulatorial, semelhantemente ao que questiona o Ministério Público.

O CASO

Cristiane Castrillon foi encontrada morta no Parque das Águas, em Cuiabá, no dia 13 de agosto. Graças a aplicativos de rastreio no celular dela, os policiais conseguiram identificar que antes de morrer, ela esteve com Almir Monteiro dos Reis. Eles se conheceram num bar e, em seguida, foram para a casa do ex-PM. Lá, Cristiane foi estuprada, brutalmente agredida e asfixiada até a morte.

Almir Monteiro dos Reis passou cerca de seis horas com o corpo da vítima dentro de casa enquanto dissimulava a cena do crime. Depois, ele ‘desovou’ o carro da advogada e o corpo dela no Parque das Águas e retornou para casa para se encontrar com outra mulher com quem passou o dia. Ele foi preso horas depois e chegou a ser encaminhado à Penintenciária Central do Estado (PCE), mas por razões de segurança, está segregado em Chapada dos Guimarães.

A denúnica contra Almir foi acatada em setembro. A defesa, contudo, pediu a instauração do incidente de insanidade em razão de laudos anteriores que apontaram que o ex-PM tem esquizofrenia.

(HNT)