Em relatórios preliminares, missões internacionais de observação eleitoral exaltaram a urna eletrônica e afirmaram que o primeiro turno de votação no Brasil foi seguro e transparente.
Parte dos observadores também reconheceu que houve filas em diversas seções eleitorais, mas afirmou que o problema não foi generalizado.
O chefe da equipe da Uniore (União Interamericana de Organismos Eleitorais), Lorenzo Córdova, disse que a urna eletrônica brasileira é uma “fortaleza da democracia” e o melhor modelo deste tipo que já teve contato.
“Digo como mexicano, com um pouco de inveja, estamos começando o processo de criação da urna eletrônica. O último modelo é provavelmente mais bonito [que o brasileiro], mas nem de longe mais seguro”, afirmou Córdova na segunda-feira (3).
Além de acompanhar o dia da votação, a missão da Uniore trouxe técnicos ao Brasil para analisar os programas do sistema eletrônico de votação.
A OEA (Organização dos Estados Americanos) apontou no relatório preliminar que a “cidadania brasileira demonstrou maturidade e compromisso cívico” mesmo em “contexto de alta tensão e polarização”.
“O TSE entregou resultados de forma profissional e oportuna, tendo a conclusão reconhecida por todos os atores políticos”, afirmou o documento da OEA.
Já a missão do Parlasul (Parlamento do Mercosul) disse que o uso da urna eletrônica foi seguro e confiável, “não suscitando reclamações e não sendo observados quaisquer inconvenientes na sua utilização”.
“A eficiência e normalidade do processo eleitoral foi corroborada. Neste contexto, é reconhecido o sucesso do TSE na organização deste processo eleitoral, que permitiu obter resultados oficiais poucas horas após o final da votação”, destacou o relatório do Parlasul.
O parecer da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) afirma que as eleições no Brasil ocorreram “em conformidade com os preceitos legais” e satisfizeram os requisitos internacionais.
Esse grupo de observadores também declarou que a urna eletrônica revelou-se “segura, confiável e expedita” e “não suscitou reclamações e nem foram observados procedimentos suscetíveis de pôr em causa a transparência e a verdade da votação”.
Representante de Portugal na missão da CPLP, João de Almeida disse que foram observadas filas no momento da votação, “mas não foi uma situação generalizada”.
O TSE ampliou o rol de observadores internacionais para o pleito de 2022. A iniciativa foi uma forma de respaldar as eleições e reagir às tentativas do presidente Jair Bolsonaro (PL) de desacreditar a Justiça Eleitoral.
Além da OEA, Uniore, CPLP e Parlasul, acompanharam o pleito e ainda não apresentaram relatório parcial as as missões da Ifes (Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais), Centro Carter e Rede Mundial da Justiça Eleitoral.
As missões de observação também elogiaram mudanças feitas no processo eleitoral para melhorar a inclusão de pessoas com deficiência.
A OEA trouxe 53 observadores e especialistas de 17 nacionalidades. Eles acompanharam as eleições em 15 estados e no Distrito Federal.
No relatório preliminar, a OEA afirma que verificou filas durante a tarde em 91% das seções observadas. “Apesar disso, a Missão observou que a jornada transcorreu de forma tranquila e que não se registraram maiores incidentes”, afirma o documento.
As missões do Parlasul e da OEA apontaram baixa representatividade de mulheres entre os políticos eleitos no primeiro turno.
“Ao mesmo tempo, o número de deputados/as negros/as eleitos/as ainda não é representativo da diversidade brasileira, onde 56% da população se autodeclara preta ou parda”, diz o Parlasul.
As entidades também devem acompanhar o segundo turno. Após o fim do pleito, planejam apresentar relatório definitivo sobre a observação eleitoral.
Fonte: MidiaNews