Amanhã será o primeiro dia do Enem. O terror de mais de cinco milhões de alunos é, sem dúvidas, a redação. São tantas as dúvidas que esse espaço é insuficiente para dirimi-las. Então, vamos ao essencial: a estrutura do texto dissertativo-argumentativo e assuntos/ temas com probabilidade de aparecer na prova.
Leia Também:
-Gerânios, Divino…
-O Beijo no Asfalto e a pós-verdade
-A parábola da ilha desconhecida
–Uma vela para Willian
-Os sinais
-A greve mais justa da história
Quanto à estrutura da dissertação, seu texto deverá conter três partes: introdução; desenvolvimento e conclusão. Uma boa introdução deve contextualizar o tema (apresentar fatos, informações sobre o tema exigido); problematizar (compare contextualização e tese); apresentar a tese (sua opinião impessoal sobre o tema) e, por último, citar os dois argumentos.
O desenvolvimento deve ter dois parágrafos. Um para cada argumento. Sua estrutura pode ser a seguinte: cite o argumento; desenvolva-o, usando técnicas argumentativas (relação de causa e consequência – exemplificação – citação – dados estatísticos – etc.). Em seguida, feche o parágrafo, retomando a ideia contida no primeiro período, ou seja, retome o argumento principal com outras palavras. Faça a mesma coisa no próximo parágrafo, só que usando o segundo argumento. Lembre-se; apenas um argumento por parágrafo.
A conclusão exige mais do participante. Um conector conclusivo; a retomada da tese/ tema com outras palavras; a presença dos quatro elementos básicos (agente ou ator social – ação interventiva – modo ou maneira como a ação será implementada – efeito esperado, em outras palavras, o resultado provável dessa ação; além disso, é necessário que um desses quatro elementos seja detalhado.); finalmente, encerre o parágrafo retomando a contextualização feita na introdução. Em linhas sucintas, essa é a estrutura de um texto dissertativo-argumentativo.
Por mais que nós professores de linguagens ressaltemos a importância do planejamento e da estrutura do texto; os alunos só querem saber qual será o tema da redação. É mister afirmar que não temos bola de cristal, mas podemos sugerir que sejam lidos alguns assuntos: “Desastres ambientais causados pelo homem”; “Movimento antivacinas e suas consequências”; “Depressão e suicídio entre os jovens”; “A questão dos refugiados”; “Obesidade infantil’; “A superexposição nas redes sociais”; “A posse e o porte de armas”; “Doação de órgãos”; “O sentimento de brasilidade”; “A preservação do patrimônio cultural brasileiro”; “A volência nas escolas”; “Educação familiar”; “Direitos animais”; “Drogas lícitas e ilícitas”; “Abuso sexual contra crianças”’; “Pornografia infantil”; “Resíduos sólidos”; “Novas tecnologias e o Mercado de trabalho”.
São infinitas as possibilidades; porém, se você se preparou, fez, pelo menos, uma redação por semana, é um leitor contumaz, o tema é o que menos importa. Com certeza, você irá bem. A insinuante Simone de Beauvoir disse com toda a propriedade: “Não se pode escrever nada com indiferença”. Boa prova.
*SÉRGIO CINTRA sé professor de redação e de linguagens em Cuiabá.
CONTATO: sergiocintraprof@gmail.com — — www.facebook.com/sergio.cintra.77