Esta expressão ficou famosa quando, à guisa de combater o narcotráfico na Colômbia e no México, as autoridades matavam inocentes – geralmente gente humilde e sem meios de defesa – e os exibia em público como troféus para comprovar a eficiência no combate as drogas.
O falso positivo com o nome sugere é tudo aquilo que foi tido como positivo e é negativo. Isto é muito comum em testes laboratoriais, onde um exame deu positivo e era negativo. O certo é que, na maioria das vezes, o falso positivo provoca uma hecatombe na vida das pessoas envolvidas, que somente é desfeita muito tempo depois quando o mundo já tinha vindo abaixo.
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O falso positivo pode causar mais estragos do que se imagina. A vontade popular no Brasil tem ungido em eleições regulares falsos positivos, após a redemocratização, seja com o caçador de marajás, seja com o homem mais honesto do País e sua vexatória sucessora. E, atualmente, o pretenso mito dispensa comentários.
Os entusiastas são todos que movidos por um cândido/voltairiano otimismo estão sempre embarcando na primeira carruagem que passa, engrossando as fileiras de falsos profetas sempre se aliando aos fanáticos que os manobram ao seu bel prazer.
Os fanáticos são tangidos por uma necessidade atávica de acreditar. E ao acreditar levam suas crenças ao extremo. Não adianta provar a eles que o positivo é negativo que eles não vão acreditar. Reside aí as tragédias que a história registra com a ascensão do nazismo, do fascismo, do comunismo soviético e do chinês, onde as tragédias anunciadas fizeram perecer centenas de milhões de pessoas, levadas por crenças extremadas e absurdas.
Estas anomalias sempre surgem por que as pessoas acreditam que o único caminho possível é o que é apresentado por um condutor munido de uma vaga ideologia e/ou propostas inconsistentes que prometem mudar o mundo de tal forma como se este não existisse antes deles. Este é o dilema que o Brasil enfrenta pela enésima vez, após as eleições de outubro/2018. Um dia iremos acertar mão elegendo lideranças dignas deste nome!
P.S. . Nenhuma oração muda a situação dos mortos (Lucas 16:26). O Presidente da República, após toda uma pública e notória oposição que fez e faz ao combate ao COVID-19, vem a público mandar tocar uma música de réquiem (Ave Maria) em memória dos 57.000 mortos da pandemia: um escárnio.
*RENATO GOMES NERY é advogado em Cuiabá. Foi presidente da Seccional de Mato Grosso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT) e membro do Conselho Federal da OAB.
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