Em uma floresta no oeste da Tailândia, pesquisadores encontraram uma nova espécie de aracnídeo (Damarchus inazuma) que pertence ao grupo das aranhas migalomorfas, conhecidas como “aranhas-da-força”. Um estudo publicado na revista Zootaxa em setembro, que descreve a nova espécie, revela que ela é ginandromorfa, isto é, um organismo que é simultaneamente fêmea e macho.
Antes da descoberta da nova espécie de aracnídeo, outros dois casos de ginandromorfo tinham sido descobertos pelos cientistas em aranhas migalomorfas, ambas da família Theraphosidae. A característica do ginandromorfismo é mais comum em insetos como borboletas, mas também pode aparecer em aves, crustáceos e outros animais.
Com exceção das aranhas intersexo dessa espécie, as fêmeas e os machos apresentam diferenças visíveis. As fêmeas geralmente medem 2,5 centímetros e apresentam uma coloração laranja mais intensa. Os machos, por outro lado, são mais tímidos: cinzentos e com apenas 1,5 centímetros.
O grupo das aranhas migalomorfas é conhecido pelas tocas em forma de “osso da sorte” – semelhante à letra “Y” – que cavam no solo para aguardarem as suas presas.
Ginandromorfo vs hermafrodita
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Organismos ginandromorfos e hermafroditas não são a mesma coisa. Enquanto o hermafroditismo apresenta simetria bilateral e órgãos sexuais mal divididos, o ginandromorfo é uma raridade entre todas as espécies, com divisões nítidas no corpo do animal.
A sugestão é a de que o ginandromorfismo pode surgir da perda de dois ou mais cromossomos sexuais X no zigoto feminino. Esse distúrbio cromossômico pode ser induzido por uma série de fatores, como infecção por nematóides.
(Por Júlia Sardinha)13