A chegada de um etanolduto em Mato Grosso é uma aposta do setor de bioenergia para melhorar a logística e escoar a produção nos próximos anos. Atualmente, o modal funciona em algumas cidades paulistas e um estudo é feito para que o sistema dutoviário chegue até Goiás. Com isso, o setor bioenergético em Mato Grosso já debate a expansão até Mato Grosso, que neste ano ultrapassou Goiás e chegou ao segundo lugar no ranking nacional de produção de etanol.
Esse sistema logístico está baseado na criação de corredores de dutos que se integram de forma multimodal ao sistema de distribuição já existente nestas regiões. O etanol é captado em terminais e transportado por dutos que interligam as principais regiões produtoras do país aos grandes centros de consumo do combustível, como as cidades de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro.
“Vamos fazer em breve uma reunião com o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, para discutir esse projeto. O projeto hoje está em estudo para ser expandido para Senador Canedo (GO) e queremos fazer essa ligação com Mato Grosso”, explica Silvio Rangel, presidente das Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso (Bioind MT).
Atualmente, o sistema passa por Uberaba (MG), Ribeirão Preto (SP), Paulínia (SP), Barueri (SP), Guararema (SP), São Caetano do Sul (SP) e São José dos Campos. Depois ele é levado para o porto da Ilha D’Água, no Rio de Janeiro, onde sai para exportação.
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Conforma informações da Logum, ainda é estudada a possibilidade de levar os dutos até o porto de Santos, como estava no projeto inicial, para facilitar o carregamento marítimo. A Logum também tem a intenção de expandir sua malha de captura de etanol no Centro-Oeste, para aproveitar a crescente produção do biocombustível feito de milho na região.
No entanto, ainda são ideias que estão em análise. O primeiro passo é fazer os estudos de viabilidade. De acordo com a comunicação da empresa, o volume de etanol produzido por Mato Grosso chama a atenção dos investidores e isso pode ser um ponto a favor para que esse projeto de expansão se torne viável.
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Silvio Rangel, presidente das Indústrias de Bioenergia de MT, ressalta que etanolduto teria capacidade de levar quase toda a produção para o Sudeste
Para o setor bioenergético, a ideia é que o biocombustível chegue ao centro de distribuição em Senador Canedo (GO), passando por regiões produtoras de Goiás, São Paulo e podendo chegar a Mato Grosso.
“O etanolduto teria capacidade de levar quase toda nossa produção para ser consumida na região do Sudeste. Hoje ele chega em Paulínia e de lá é levado para os grandes centros de São Paulo e Rio de Janeiro. Ele seria uma das saídas para nossos gargalos logísticos em Mato Grosso. Precisamos atender o Nordeste e o Norte. A chegada do trem em Lucas do Rio Verde já é um potencial. A saída para o arco Norte por hidrovia também, assim como a ligação da FICO para atingir o Nordeste. São soluções pensadas e que estão sendo desenhadas para levar nosso etanol para todo o Brasil”, afirma Silvio.
Para que esse projeto seja possível, é preciso primeiramente chegar em Goiás, onde um planejamento estratégico está sendo feito pela Logum. Em seguida, poderá ser analisada pela empresa a possibilidade da extensão para Mato Grosso.
Etanolduto
Esse sistema apresenta benefícios ambientais e econômicos, pois além da redução de custos logísticos em todo o processo, oferece uma nova alternativa de transporte que proporciona uma redução significativa na emissão de poluentes, e contribui para redução do impacto do trafego rodoviário nos grandes centros urbanos.
Em 2022, 3,4 milhões de metros cúbicos passaram pelos dutos. Já para 2023, foram cerca de 4 milhões de metros cúbicos de etanol, período em que as dutovias movimentaram em torno de 70% do mercado do biocombustível de São Paulo.
Segundo a empresa, estima-se que o transporte de etanol por duto pode ter um custo em torno de 10% menor se comparado ao modal rodoviário. Do ponto de vista ambiental, de acordo com uma metodologia aprovada no GHG Protocol, ferramenta de cálculo para estimativas de emissões de gases do efeito estufa (GEEs), o transporte por dutos tem uma pegada de carbono 80 vezes menor do que o uso de caminhões.
Até 2030, a companhia pretende substituir 1,2 milhão de viagens de caminhão por duto, gerando uma redução nas emissões de 1,4 milhão de toneladas de carbono.
Segundo maior produtor de etanol
Mato Grosso atingiu pela primeira vez o segundo lugar no ranking de produção de etanol no Brasil. Segundo os dados divulgados pelas Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso (Bioind MT) e pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) na manhã desta quinta-feira (25), o estado teve produção recorde de 5,72 bilhões de litros na safra 2023/24, alta de 32% sobre o período anterior.
Até o ano passado, na safra 22/23, Mato Grosso estava em terceiro lugar no ranking nacional, atrás de São Paulo e Goiás. Neste ano, o estado ficou atrás apenas de São Paulo. O aumento de 32% em relação ao período anterior, quando foram produzidos 4,34 bilhões de litros, é o maior percentual de crescimento anual da produção de etanol já registrado no Estado. Fonte: RD News