O Ministério Público Federal (MPF) denunciou cinco pessoas por garimpo ilegal e exploração clandestina de madeira na Terra Indígena Sete de Setembro, localizada em Rondolândia (a 1.600 km de Cuiabá). Entre os acusados estão quatro lideranças indígenas e um garimpeiro não indígena. Segundo a investigação, o grupo extraía ouro e madeira sem autorização, com uso de maquinário pesado e causando graves danos ambientais.

As atividades, praticadas desde 2016 e intensificadas entre 2022 e 2024, resultaram no desmatamento de mais de 27 hectares de floresta amazônica, com prejuízos superiores a R$ 11 milhões. O território pertence ao povo Paiter Suruí, que habita uma área protegida de 248 mil hectares com cerca de 1.490 indígenas.

As lideranças denunciadas coordenavam a exploração, lucravam diretamente com os crimes e atuavam para impedir a fiscalização. Ações incluíam intimidação de opositores, corte de pontes para barrar a entrada da polícia e uso de redes de alerta para avisar sobre operações.

A denúncia é embasada em conversas, vídeos e fotos extraídos de contas do Google e WhatsApp, que confirmam a atuação e o enriquecimento dos envolvidos. Alguns dos acusados já possuem condenações por crimes semelhantes na mesma região.

O MPF destacou que novas denúncias serão apresentadas contra outros envolvidos. Os crimes imputados incluem usurpação de bem da União, extração ilegal de recurso natural e atividade poluidora sem licença, além de violação de direitos indígenas e ameaça à integridade ambiental da Amazônia.