O jornalista, cartunista e escritor Ziraldo Alves Pinto, conhecido como Ziraldo, morreu aos 91 anos. A informação foi confirmada pela família neste sábado, dia 6. A causa da morte ainda não foi divulgada.
Ziraldo morreu em casa, em um apartamento no bairro da Lagoa, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Criador de personagens famosos como “O Menino Maluquinho” e “Turma do Pererê”, o cartunista foi um dos mais aclamados escritores infantis do Brasil.
Ziraldo Alves Pinto, resultado da união entre os nomes de seus pais Zizinha e Geraldo, nasceu em Caratinga (MG) no dia 24 de outubro de 1932. É irmão do também desenhista, cartunista, jornalista e escritor Zélio Alves Pinto e de Ziralzi Alves Pinto. Com apenas 12 anos, começou a escrever histórias em quadrinhos, com o personagem capitão Tex. Ele também fez faculdade de Direito na Universidade Federal de Minas Gerais. Em 1949, publicou sua primeira história em quadrinhos.
Jornalista, ele passou pela Folha da Manhã (atual Folha de S.Paulo), na revista O Cruzeiro, em 1957 e no Jornal do Brasil, em 1963, quando o cartunista começou a ser conhecido nacionalmente.
Em 1960, lançou a revista em quadrinhos brasileira “Turma do Pererê”, também a primeira história em quadrinhos a cores totalmente produzida no país. Com o início da Ditadura Militar, ela deixou de ser publicada.
Em 1980, lançou o livro “O Menino Maluquinho”, seu maior sucesso editorial, que também foi adaptado para a televisão e cinema. O livro já teve 139 edições, vendeu 4 milhões de exemplares no Brasil, além de ter sido publicado em 10 outros países no mundo. Também já foi tema de peças de teatro, três filmes e mais recentemente de uma série de animação produzida pela Netflix, indicada à edição deste ano do Emmy Awards International.
Além de Maluquinho e Pererê, o cartunista é conhecido por “Flicts”, “Bichinho da maçã”, “Professora maluquinha” e “Supermãe”.
Foi fundador e posteriormente diretor do periódico “O Pasquim”, tabloide de oposição ao regime militar. Pela oposição à ditadura, Ziraldo foi preso em dezembro de 1968, logo após a decretação do AI-5, e passou a sofrer perseguição política.
Em outubro de 2023, Ziraldo comemorou os 91 anos em casa, cercado dos carinhos da esposa, filhos, netos e alguns familiares. Para esse ano, estava sendo preparada uma nova edição da “Coleção Bichim em acabamento próprio para bebês de zero a 5 anos” e uma nova edição do livro “O Menino Quadradinho”, com capítulo especial, ambos lançados pela Melhoramentos.
Ziraldo recebeu, em 2004, o Prêmio Andersen, pela edição italiana do livro “Flicts”. Por “O Bichinho da Maçã”, o prêmio Jabuti de melhor livro de arte. Ziraldo escreveu mais de 130 livros, além de cartilhas educacionais para crianças e jovens.