Pesquisadores encontraram ferro de origem extraterrestre em três braceletes pré-históricos do Museu Częstochowa, na Polônia. O metal é proveniente de um meteoro, segundo estudo publicado em 22 de janeiro no Journal of Archaeological Science: Reports.
A pesquisa divulgada no último dia 20 de fevereiro pelo site Heritage Daily analisou 26 objetos funerários em cemitérios da Cultura Lusaciana, pertencente a um povo que viveu do final da Idade do Bronze ao começo da Idade do Ferro, na Polônia, e em partes da República Checa, Eslováquia, Alemanha Oriental e Ucrânia Ocidental.
O ferro meteórico é composto por ferro e níquel. Dos 26 objetos analisados em dois cemitérios do sul da Polônia, o material foi observado em três braceletes, uma tornozeleira e um alfinete produzidos há cerca de 2,6 mil anos. Os outros objetos foram feitos de ferro fundido.
Joias de um só meteoro
Além de braceletes, os objetos analisados pelos pesquisadores incluem anéis de tornozelo, facas, pontas de lança e colares de várias sepulturas. No estudo, os especialistas sugerem um único meteorito originou várias das joias. “Isso confirma que os habitantes conheciam o trabalho do ferro e que o ferro meteorítico já não tinha o valor simbólico considerável que tinha na Idade do Bronze, antes da descoberta da fundição do ferro”, escrevem os autores do artigo.
O intuito da pesquisa era entender quando e onde foi descoberta a fundição de ferro. “Para isso, temos de analisar os ferros arqueológicos e verificar se são meteóricos ou fundidos”, disse o pesquisador Albert Jambon, segundo o site Phys.
Pelo elevado teor de níquel no ferro, acredita-se que os artefatos foram feitos a partir de um meteorito ataxito. Com 60 toneladas, o maior dos meteoritos conhecidos, o Hoba, também pertence a essa classe rara de meteorito.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_fde5cd494fb04473a83fa5fd57ad4542/internal_photos/bs/2025/W/6/V4p44ITn2sCa3U2eiusw/new-study-finds-meteor.jpg)
“Podemos concluir que há uma grande probabilidade de que tenha havido uma queda testemunhada [de uma pedra espacial] em vez de um achado por sorte”, explica Jambon. “Os meteoritos de ferro podem ser grandes (centenas de kg), mas isso pode ser um problema. Pedaços grandes não podem ser trabalhados, e você precisa separar pedaços pequenos (menos de um kg), o que dificilmente é possível com as ferramentas da Idade do Ferro”.
O pesquisador aponta que, durante a Idade do Bronze, o preço do ferro era cerca de dez vezes maior do que o do ouro. Porém, no início da Idade do Ferro, isso mudou: o ferro passou a valer menos do que o cobre.
É possível que o ferro meteórico fosse desvalorizado, uma vez que artefatos de ferro foram encontrados em sepulturas de homens e mulheres com crianças, em inumações e em cremações, sem restrição social, de idade ou de sexo. Além disso, nenhum dos túmulos continha ouro, prata ou pedras preciosas junto ao ferro meteórico.
(Por Redação Galileu)