O deputado federal José Medeiros (PL) admitiu a possibilidade de dividir o palanque com o governador Mauro Mendes (União) na disputa pelas 2 vagas do Senado destinadas a Mato Grosso, nas eleições de 2026. O parlamentar, que já criticou a gestão estadual, afirma que não há empecilhos numa aliança com o chefe do Palácio Paiaguás.

“As discussões estão sendo feitas e devem seguir até os 45 minutos do segundo tempo das convenções. O próprio ex-presidente Jair Bolsonaro já sinalizou que deseja garantir uma vaga por estado para o PL e deixar a outra para composição. Essa composição pode muito bem incluir o governador Mauro Mendes”, disse.

Em conversa com o , Medeiros comentou sobre a aproximação do governador com a direita e bolsonarismo. “Se eu fosse ele também me aproximaria, porque num estado que Bolsonaro, em alguns lugares, teve quase 90% de aprovação, é natural que queira estar próximo. A gente tem que encarar isso como normal. Agora, óbvio que essa decisão não é minha, vai ser uma decisão tomada aí pelo presidente Jair Bolsonaro, Valdemar e o próprio partido na direção estadual”, concluiu.

Ao comentar sobre o cenário nacional, ele opinou que o Supremo Tribunal Federal (STF) tem atuado sobre as competências dos Poderes Executivo e Legislativo, e defende que haja um controle das ações da última instância do Judiciário por parte dos senadores.

“O presidente Jair Bolsonaro está fazendo isso na ponta dos dedos [escolha de chapas]. A gente precisa mudar o Senado, para que ele renasça. Hoje ele está em estado vegetativo. É preciso que melhore a regulação de freios e contrapesos da república, pois o STF é o centro do ‘picadeiro. Ele legisla, anula ações do governo, do Executivo, do Legislativo, e faz um cerceamento das liberdades individuais das pessoas. Ele faz perseguição de opositores. Então, quem controla isso? O Senado. A grande culpa é de um Senado que tá inerte’”, endossou.

Apesar do posicionamento, o parlamentar defende que não ocorra algum tipo de “insurreição” ou perseguição contra o STF ou contra ministros, mas que se faça um “controle” para delimitar a atuação dos Poderes e “restaurar o equilíbrio” novamente no país.

Ele comenta que o partido tem feito um amplo trabalho a nível nacional e enxerga que outros candidatos de outras siglas têm buscado aproximação das pautas de direita e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), já que em Mato Grosso, por exemplo, o líder conservador possui grande aprovação do eleitorado.

(GD)