O governador Mauro Mendes (União Brasil) afirmou, nesta segunda-feira (6), que recebeu com naturalidade a participação dos correligionários Jayme Campos (senador) e Júlio Campos (deputado estadual) em uma reunião promovida pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), no último fim de semana, na sede regional do PSD em Cuiabá. O encontro foi visto como um alerta e reforço da insatisfação dentro do União Brasil, após o governador declarar apoio ao vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) como eventual candidato ao governo do Estado em 2026.

Para Mauro, o gesto dos aliados não representa uma ruptura e faz parte do processo democrático. “É natural que os agentes políticos dialoguem. E é natural que, quando há uma conversa pública, isso gere algum nível de especulação. Mas eu vejo com muita naturalidade qualquer movimento feito por qualquer ator político, porque isso faz parte da democracia e não causa nenhuma preocupação”, disse, durante agenda pública em Cuiabá, nesta segunda-feira (05).

O governador também reforçou que sua manifestação de apoio a Pivetta foi uma opinião pessoal, e não uma imposição à legenda. “Não teve nenhuma definição ou imposição. Dar opinião é imposição? Eu não considero. A minha não é imposição, assim como a deles não é”, argumentou.

Jayme e Júlio, que integram a cúpula do União Brasil em Mato Grosso, já declararam publicamente que o partido ainda não bateu o martelo sobre a sucessão estadual e que a opinião do governador não é definitiva. Jayme chegou a cogitar a possibilidade de ser ele próprio candidato ao governo.

Mauro Mendes evitou polemizar e reafirmou que não pretende antecipar o debate eleitoral. “Eu sempre debato uma eleição no ano eleitoral. Estou aqui pela segunda vez como governador. Eu vou continuar agindo assim. Eu não vou ficar antecipando 2026. Eu tenho mais o que fazer. A população quer saber de obra, de asfalto, de entregas, de resultado. Esse rame-rame da política interessa aos partidos políticos. Eu não vou entrar nessa agenda antes que 2026 chegue.”

Na semana passada, o União Brasil formalizou uma federação nacional com o Progressistas (PP), o que deverá influenciar diretamente nas articulações para 2026. Ainda assim, Mauro frisou que qualquer definição sobre alianças ou candidaturas será construída coletivamente no tempo apropriado.

(Olhar Direto)