O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), demonstrou insatisfação com a votação dos deputados estaduais a respeito da manutenção dos mercadinhos dentro dos presídios do Estado, proposta que vai contra a sugestão do governo. O projeto de lei aprovado na última quarta-feira (08) manteve a comercialização de produtos nas mercearias de todos presídios do Estado, além das visitas íntimas aos presos. Agora, o texto será encaminhado ao governador, que pode sancioná-lo ou vetá-lo.
Enquanto vistoriava o Aquário Municipal de Cuiabá, na última sexta-feira (10), na companhia do prefeito Abilio Brunini (PL), Mauro foi indagado sobre a necessidade de manter as mercearias dentro dos presídios e respondeu dizendo que a medida só atrapalha ainda mais o trabalho das forças de segurança.
“A opinião minha e do Executivo é que é desnecessário esse mercadinho, que só complica a própria operacionalidade do sistema de segurança pública. É criar problemas para a gente ficar administrando problemas depois. Isso só vai dar confusão como deu até hoje”, afirmou.
Durante a fala, o governador ainda citou o depoimento de Sandro Louco, chefe de uma facção criminosa que está preso na Penitenciária Central do Estado (PCE), que disse já ter recebido até R$ 75 mil por mês com a revenda de produtos no “mercadinho do preso” localizado dentro da PCE, em Cuiabá, onde o criminoso permanece detido.
A informação foi revelada por Sandro Louco durante um depoimento dado por ele no fim do ano passado. O fato ganhou destaque novamente na última quarta-feira (8), quando a ALMT definiu, em uma reunião realizada com outras autoridades, que o mercado será mantido dentro das penitenciárias e destinado à venda de produtos que não são fornecidos pela diretoria dos presídios. Isso com uma única ressalva, de que os estabelecimentos não serão mais comandados pela Associação dos Servidores da Penitenciária Central (Aspec), mas sim pelos Conselhos de Comunidades.