Parlamentar destaca salto econômico em 50 anos, preservação ambiental e necessidade de industrialização para transformar riqueza do campo em renda para a população
O senador José Lacerda (PSD-MT) afirmou que Mato Grosso atingiu um nível de produção agrícola tão elevado que, se fosse um país, ocuparia hoje a quinta posição entre os maiores produtores de alimentos do planeta. A declaração foi feita durante entrevista ao programa Assunto de Estado, no Senado Federal, ao comentar dados recentes do IBGE que confirmam o estado como líder nacional na produção agropecuária.
Segundo o parlamentar, o desenvolvimento acelerado de Mato Grosso está diretamente ligado ao processo histórico iniciado com a divisão do estado em 1977, pela Lei Complementar 31.
“Naquele momento, o estado tinha apenas 38 municípios, um PIB de 0,40 e cerca de 480 mil habitantes”, afirmou. “Cinquenta anos depois, saltamos para 3,8 milhões de habitantes e um PIB de 5,8. É um crescimento extraordinário.”
Lacerda destacou que esse avanço econômico ocorreu simultaneamente à manutenção de elevados índices de preservação ambiental.
“Mato Grosso conserva 60,8% de seu território intacto. Poucos lugares no mundo conseguem crescer na velocidade em que crescemos mantendo esse nível de conservação”, ressaltou.
Apesar da força do agronegócio, o senador avalia que falta ao estado completar a última etapa de seu ciclo de desenvolvimento: a industrialização.
“Somos um gigante da produção, mas exportamos quase tudo em estado bruto. Precisamos industrializar para gerar emprego, renda e transformar essa riqueza em qualidade de vida.”
Ele observou que o novo cenário global — impulsionado pela inteligência artificial, tecnologia digital e automação — torna ainda mais urgente a inclusão de Mato Grosso na cadeia de transformação industrial.
“Se industrializarmos o que já produzimos, Mato Grosso se tornará um dos estados mais ricos do mundo.”
Mesmo com o avanço econômico, Lacerda reconhece que a desigualdade ainda persiste.
“Ainda mantemos uma população pobre. A miséria não se divide; o máximo que se faz é compartilhar. A riqueza se divide. Precisamos que os ricos continuem produzindo riqueza, mas que os humildes tenham direitos básicos garantidos.”
Para o senador, o grande desafio agora é converter produção em desenvolvimento social.
“Quem tem dignidade de vida? Quem come, quem tem residência, lazer, educação, segurança e saúde. É isso que precisamos garantir”, concluiu.
(Da assessoria)

