No dia 8 de março de 2014, o mundo foi pego de surpresa quando o voo 370 da Malaysia Airlines, que partir de Kuala Lumpur para Pequim, desapareceu com 227 passageiros e 12 tripulantes a bordo. O sumiço da aeronave levou a um esforço de busca que se estendeu desde o Oceano Índico, a oeste da Austrália, até a Ásia Central.

Porém, 10 anos depois do acontecido, a natureza desconcertante da perda do voo 370 é um mistério ainda a ser solucionado, o que torna essa aeronave uma das mais famosas a desaparecer completamente na história. Mas o que se sabe sobre essa situação até agora?

Desaparecimento e busca

O voo 370 decolou às 12h41 no horário local, atingindo uma altitude de 10,7 mil metros à 1h01. O Aircraft Communication Addressing and Reporting System (ACARS), que transmitia dados sobre o desempenho da aeronave, enviou sua última transmissão às 1h07 e foi posteriormente desligado. A última comunicação de voz da tripulação ocorreu à 1h19, e à 1h21 o transpônder do avião, que se comunicava com o controle de tráfego aéreo, também foi desligado no momento em que o avião estava prestes a entrar no espaço aéreo vietnamita, sobre o mar da China Meridional.

À 1h30, os radares militares e civis da Malásia começaram a rastrear o avião enquanto ele fazia meia-volta e depois voava para sudoeste sobre a Península Malaia. Às 2h22, o radar militar malaio perdeu contato com o avião sobre o mar de Andamão. Um satélite Inmarsat em órbita geoestacionária sobre o Oceano Índico recebeu sinais de hora em hora do voo 370 e detectou o avião pela última vez às 8h11.

As buscas iniciais pelo avião concentraram-se no Mar da China Meridional. Porém, depois que foi determinado que o voo 370 havia virado para oeste logo após o desligamento do transpônder, os esforços de busca foram transferidos para o Estreito de Malaca e o Mar da Andamão. Análises feitas uma semana depois do desaparecimento determinaram que o avião poderia estar em qualquer lugar entre o sul do Oceano Índico até a região entre o Vietnã e o Turcomenistão.

No dia 24 de março, o primeiro-ministro da Malásia Najib Razak anunciou que, com base na análise dos sinais finais, a Insmarsat e o Departamento de Investigação de Acidentes Aéreos do Reino Unido (AAIB) concluíram que o voo caiu numa parte remota do Oceano Índico, sendo extremamente improvável que alguém a bordo tenha sobrevivido.

Descoberta de detritos

O primeiro pedaço de destroço não foi encontrado até o dia 29 de julho de 2015, quando uma parte da asa direita foi descoberta em uma praia na ilha francesa de Réunion, cerca de 3,7 mil km a oeste da área do Oceano Índico que estava sendo revistada por autoridades australianas. Durante o ano e meio seguinte, mais 26 pedaços de destroços foram achados nas costas da Tanzânia, Moçambique, África do Sul, Madagáscar e ilhas Maurício.

Três das 27 peças foram identificadas positivamente como provenientes do voo 370, e acredita-se que 17 provavelmente também vieram do avião. Estudos mostraram que o avião provavelmente não foi guiado para um pouso na água e que o voo 370 pode ter atingido o mar verticalmente — uma possibilidade que os resultados de um estudo de modelação realizados antes da descoberta das peças já sugeria.

As localizações dos destroços foram usadas para estreitar a área de busca no Oceano Índico, uma vez que seria improvável que alguns possíveis locais de acidentes produzissem destroços que teriam sido levados para a África. Contudo, em janeiro de 2017, os governos da Malásia, Austrália e China cancelaram a busca pelo voo.

Relatório final

(Fonte: Wikimedia Commons)

Em julho de 2918, o governo da Malásia emitiu seu relatório final sobre o desaparecimento do voo  370 da Malaysia Airlines. O mau funcionamento mecânico foi considerado extremamente improvável e a “mudança na trajetória de voo resultou provavelmente de ações manuais”. Porém, os investigadores não conseguiram determinar ao certo o motivo do avião ter desaparecido completamente.

Nas semanas seguintes ao sumiço da aeronave, as teorias variavam de falha mecânica ao suicídio do piloto. Além disso, a perda do ACARS e dos sinais do transpônder estimularam especulações contínuas sobre alguma forma de sequestro, mas nenhum indivíduo ou grupo assumiu a responsabilidade e parecia improvável que os sequestradores tivessem levado o avião para o sul do Oceano Índico.

O fato dos sinais provavelmente terem sido desligados dentro da aeronave sugeria suicídio de um dos tripulantes, mas nada obviamente suspeito foi encontrado no comportamento do capitão, do primeiro oficial ou da tripulação da cabine imediatamente antes do voo. Em 2016, a revista New York informou que o piloto, em seu simulador de voo doméstico, havia sobrevoado o sul do Oceano Índico menos de um mês antes do desaparecimento do avião.

Esta revelação, além da divulgação de maiores informações sobre a vida pessoal do piloto, deu credibilidade à noção de um assassinato em massa premeditado induzido pelo piloto em um ato suicida. Após a descoberta dos destroços, alguns especularam que o voo 370 foi abatido, mas nenhuma evidência de estilhaços de um míssil ou outros projéteis foi encontrada. Sendo assim, a verdadeira história por trás do destino final da aeronave da Malaysia Airlines parece que continuará sendo um grande mistério para sempre.

Fonte: MegaCurioso