A Assembleia Legislativa realiza, no dia 15 de abril, a partir das 8h, audiência pública para debater a epidemia de chikungunya, dengue e zica em Mato Grosso. O deputado estadual e médico sanitarista Lúdio Cabral (PT), autor do pedido, destacou que a situação em Mato Grosso é muito mais grave que no restante do Brasil, e as razões para isso precisam ser investigadas.

“Mato Grosso registrou praticamente metade de todos os casos de chikungunya notificados no Brasil no ano de 2025. De um total de 51 mil casos notificados no Brasil, quase 25 mil foram em Mato Grosso. Das 45 mortes por chikungunya, 35 aconteceram em Mato Grosso. Então, é uma situação gravíssima e nós queremos debater essa pauta em uma audiência pública na Comissão de Saúde”, disse Lúdio.

Entre 1ª de janeiro e 26 de março de 2025, Mato Grosso registrou 24.986 casos de chikungunya e 35 óbitos, segundo os dados do painel do Ministério da Saúde para acompanhamento das arboviroses. É o maior número de casos da doença entre todos os Estados do Brasil e também a maior incidência, com 651,3 casos de chikungunya a cada 100 mil habitantes.

Esses números estão muito acima dos números das outras unidades da federação, evidenciando a gravidade da epidemia em Mato Grosso. Em segundo lugar no ranking de incidência, está Mato Grosso do Sul, com 135,5 casos da doença a cada 100 mil habitantes, e um total de 3.933 casos notificados. Rondônia vem em terceiro lugar, com 33,9 casos da doença a cada 100 mil habitantes, e um total de 592 casos notificados.

“E precisamos também fazer um debate com os municípios onde essa incidência é maior, como Cuiabá, Rondonópolis, Sorriso, Sinop e outras cidades com números muito elevados. Essa taxa de letalidade no Estado é alta, então nós temos que nos aprofundar sobre esse tema. Sem falar nas complicações, porque a chikungunya tem um quadro agudo, mas evolui para um quadro subagudo e um quadro crônico de dores articulares e inflamações das articulações. É um problema sério de saúde pública”, destacou Lúdio.