O laudo da Perícia Oficial Técnica (Politec) a que o HNT teve acesso exclusivo descartou a possibilidade de disparo acidental que matou o policial militar Walber Diego Coene, de 37 anos, em janeiro deste ano, em Cuiabá. Na ocasião, a vítima foi morta com um único tiro. A esposa, que atirou contra ele, alegou que os dois estavam brigando quando um disparo acidental aconteceu no momento em que tentava tomar a arma de fogo da vítima.

O documento narra que o disparo não pode ter sido feito pela própria vítima por conta da posição em que a o PM foi atingido, tornando praticamente impossível mirar contra si. A bala acabou entrando pela lateral de seu corpo e atravessou todo peito da vítima, causando uma hemorragia que a matou minutos depois, sinalizando que a arma foi mirada em sua direção.

Além disso, foi diagnosticada a ausência de “tatuagem de pólvora”, os resquícios e um tiro dado a curta distância, indicando que a arma de fogo estava um pouco mais longe de Walber quando foi disparada supostamente pela esposa. A constatação descarta, assim, uma possível briga pela posse da arma e o disparo acidental. Conforme o laudo, caso o tiro tivesse sido disparado de uma distância curta, haveria muitos vestígios de pólvora pelo corpo da vítima.

Por fim, o documento concluiu que Walber Diego foi morto por uma ação violenta de terceiro.

RELEMBRE O CASO

No dia de 27 de janeiro deste ano, uma equipe da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) foi acionada para atender uma ocorrência de disparo de arma de fogo em uma residência do bairro Morada da Serra. No local, os agentes encontraram o policial militar recebendo atendimento médico.

A esposa da vítima disse para a polícia que ambos tiveram uma briga por conta de uma questão familiar envolvendo o filho e que a vítima pegou sua arma de trabalho para cometer suicídio. Assustada, ela partiu para cima do homem para tentar tomar o armamento e, durante a briga, acabou disparando acidentalmente contra o homem.

A mulher, então, correu para o meio da rua gritando por socorro, quando amigos e familiares acionaram o atendimento médico de urgência. A vítima ainda chegou a receber assistência, mas não resistiu aos ferimentos.

O delegado responsável pela investigação na época não conseguiu identificar se o disparo havia sido acidental ou causado pela própria vítima, quando solicitou um exame para entender a dinâmica do crime.

Com o resultado, a Polícia Civil analisa o resultado do exame e deverá se pronunciar nos próximos dias para proferir um indiciamento.

(HNT)