Não foi na estreia de Carlo Ancelotti que o Brasil conseguiu recuperar o bom futebol. Nesta quinta-feira, o Brasil jogou mal e empatou em 0 a 0 com o Equador, em Guayaquil. O desempenho ruim foi alvo de análises negativas da imprensa estrangeira.
O jornal Marca, acostumado a cobrir o treinador durante o seu período vitorioso no Real Madrid, não poupou críticas. “Este Brasil é uma sombra do que foi”, diz a análise, que recorda os craques Ronaldo, Romário, Roberto Carlos e Denílson para ressaltar o futebol “sem açúcar e sem jogo bonito” apresentado nesta quinta.
O time teve muita dificuldade na criação, somou atuações individuais apagadas e sobraram erros de passes. Ainda no primeiro tempo, o também espanhol Diario As foi categórico: “Ancelotti tem um problema sério”. Outro que apontou as dificuldades do time brasileiro foram os hermanos argentinos do Olé, que destacaram o jogo “sem brilho” do Brasil. Veja:
Marca
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Marca critíca Seleção, em estreia de Ancelotti — Foto: Reprodução: Marca
Diario As
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Diario As analisa estreia de Ancelloti na Seleção Brasileira — Foto: Reprodução: Diario As
Olé
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Olé, da Argentina, analisa estreia de Ancelloti na Seleção — Foto: Reprodução: Olé (GE)
Ancelotti elogia segurança defensiva e comemora empate em estreia na Seleção: “Saímos satisfeitos”
Não foi a estreia dos sonhos, mas ao menos se viu um Brasil organizado. Se o empate sem gols com o Equador na noite desta quinta-feira, no estádio Monumental de Guayaquil, pelas eliminatórias sul-americanas para a Copa de 2026, não empolga como cartão de visitas, serve de pontapé inicial para uma longa caminhada na remontagem de um time que, neste primeiro passo, se mostrou seguro defensivamente. E Carlo Ancelotti sabe disso.
Em entrevista coletiva após a partida, o treinador italiano elogiou a equipe e se mostrou satisfeito ao levar um ponto de volta para casa:
– Foi uma partida muito boa a nível defensivo, vi a equipe melhor com a bola, com um jogo um pouco mais fluído. No final, foi um bom empate e saímos satisfeitos, com confiança para o próximo jogo.
Com 22 pontos, o Brasil segue na quarta colocação na tabela das eliminatórias e corre risco de ser superado pela Colômbia, que recebe a seleção peruana neste sexta-feira, em Barranquilla. A delegação brasileira volta para casa em voo fretado ainda nesta madrugada e tem chega a São Paulo prevista para às 8h (de Brasília). Não há treinamento marcado para a sexta e o grupo volta a campo na tarde de sábado, no CT Joaquim Grava, do Corinthians.
Na próxima terça-feira, o Brasil recebe o Paraguai, às 21h45 (de Brasília), na Neoquímica Arena, em São Paulo, pela 16ª rodada das eliminatórias. Os paraguaios superaram os brasileiros na tabela com a vitória sobre o Uruguai, nesta quinta-feira, e ocupam a terceira colocação, com 24 pontos.
Leia a íntegra da coletiva
Você esperava que o Brasil tivesse mais oportunidades de gol?
Creio que as condições foram complicadas para fazer um jogo combinado. Creio que tivemos boas oportunidades com Vini e Casemiro na segunda parte. Sim, poderia ter sido melhor na frente, mas temos que também levar em conta a força do rival. O Equador jogou uma boa partida, assim como nós.
Substituições
As substituições foram para dar mais energia. Richarlison e Gerson trabalharam muito forte com muito compromisso defensivo, as mudanças foram para dar mais energia para a equipe, apenas isso.
O que se pode projetar para o jogo contra o Paraguai?
Será uma partida diferente, acredito que teremos mais condições de controlar o jogo. Temos que fazer um jogo com mais ritmo, mobilidade e intensidade. Acredito que assim faremos na nossa casa.
O que o senhor percebeu que não quer que se repita?
Como eu disse, faltou um pouco de ataque. O Equador defendeu bem, não foi tão simples achar espaço entrelinhas, dificuldade na saída, nem sempre tivemos a bola limpa no último terço. Não quero colocar desculpas, mas o campo não foi tão simples de se jogar nestas condições.
Diferenças entre Europa e América do Sul
Muito bom ambiente. Nos receberam bem, foi um ambiente fantástico. Obviamente, os torcedores estavam apoiando a seleção deles, mas um clima bom. Saímos daqui com confiança, com um bom ponto e vamos para ganhar a próxima partida.
O Equador teve alguma vantagem de jogar aqui?
Não sei, temos que levar vários aspectos em consideração. As viagens aqui são maiores, isso te penaliza um pouco. A nível físico, as duas equipes estiveram muito bem. Se tivermos que jogar na altitude, não sei o que poderia acontecer.
Como você acha que funcionou a comunicação com os jogadores? Tudo foi transmitido?
O que falamos antes da partida, eles tentaram fazer. A equipe jogou bem. Na minha opinião, não cedemos oportunidades claras a uma equipe forte. Como eu disse, se podia trabalhar melhor o jogo com bola, mas temos algo a melhorar para a próxima partida contra o Paraguai.
Primeira vez comandando uma seleção. Como ficou o coração?
Minha primeira partida comandando uma seleção, meu coração sentiu algo especial. Estive no banco em mais de 1800 partidas e esta foi especial. Creio que posso fazer uma avaliação desse primeiro período, fiquei feliz com a recepção. Me sinto encantado em trabalhar com a CBF e, para mim, é um presente estar aqui.
Substituições, especificamente a do Richarlison
São dois jogadores diferentes. Com o Matheus podemos trabalhar melhor a bola, com o Richarlison temos mais profundidade. Como eu disse, o trabalho de frente foi mais complicado porque as bolas não jogaram. O Vini jogou muito bem o jogo de hoje, foi determinante a nível ofensivo.
Objetivos com a seleção
O objetivo que temos é nos qualificarmos, brigar na Copa do Mundo, tentar colocar o Brasil onde sempre esteve nas primeiras posições do futebol mundial. Este é o nosso objetivo, vamos brigar para conseguir isso.
Marquinhos capitão foi apenas para esse jogo ou você vai manter?
Marquinhos foi o capitão nos últimos dias, não é necessário trocar. Seguimos assim. Quero destacar o Alex, que fez uma boa partida, todos bem atrás.
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Ancelotti em Equador x Brasil — Foto: Rafael Ribeiro/CBF
Algo chamou a atenção em possíveis diferenças entre Brasil e Europa
Algumas coisas são diferentes, mas não muito. Temos que nos adaptar às distintas situações e às viagens grandes. Futebol é futebol, não há muitas coisas. Creio que para os jogadores, assim como para nós, o feeling de representar o Brasil, uma seleção nacional, é diferente do que de representar um clube. Há um país atrás de ti e, por isso, creio que estamos todos focados em alcançar nossa melhor versão.
Como encontrar soluções imediatas?
É um trabalho diferente, temos a qualidade dos jogadores que é muito boa. Não há muito tempo para trabalhar, mas há a possibilidade de melhorar porque temos qualidade. Estou certo que vamos melhorar a nível ofensivo, hoje faltou um jogador importante que é o Raphinha. (GE)