Uma rara joia medieval de ametista foi encontrada no fosso do Castelo de Kolno, na Polônia. A descoberta traz pistas sobre a vida da aristocracia medieval e a história do local. Um estudo publicado no periódico Antiquity descreve detalhes do artefato.
A joia foi desenterrada nas ruínas do que, no passado, era uma ponte que cruzava o fosso do castelo. A partir de análises, pesquisadores da Universidade de Breslávia, na Polônia, estimam que o objeto seja do período entre o início do século 14 e meados do século 15, quando o castelo era uma fortaleza ativa, lar de aristocratas da época.
O local foi incendiado e destruído em 1443, durante as Guerras de Sucessão na Silésia
Contexto
Segundo a pesquisa, é raro encontrar joias medievais em locais de assentamento. Geralmente, artefatos de ouro e prata desse período costumam ser descobertos em túmulos ou tesouros escondidos em vez de ambientes domésticos como castelos e habitações urbanas.
A teoria dos especialistas é de que o dono da joia, um nobre, tenha a perdido ao cruzar a ponte. “Este é um objeto único para se descobrir em um fosso”, disse o Dr. Lech Marek, arqueólogo da Universidade de Breslávia, em comunicado. “O artefato provavelmente pertencia a um visitante nobre e pode ter feito parte de um broche ou, possivelmente, de uma coroa.”
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Análise
Os especialistas identificaram a pedra a partir de uma análise espectroscópica Raman, que determina a composição molecular de uma gema com luz laser. Eles realizaram uma segunda análise, desta vez por fluorescência de raios-X para confirmar que o material em torno ametista é uma prata dourada.
A joia foi identificada como uma ametista lapidada em cabochão (forma de lapidação de pedras preciosas e semipreciosas) utilizando a análise espectroscópica Raman, uma técnica que determina a composição molecular de uma pedra com luz laser. O metal circundante foi confirmado como prata dourada a fogo através da análise por fluorescência de raios-X.
De acordo com a pesquisa, a ametista é cercada por um design de pétalas e tem vestígios de um pino de prata e solda de chumbo na parte de traz. Essas pistas sugerem que o artefato estava afixado a um objeto maior, como um broche luxuoso, por exemplo.
Esse estilo de joia era popular entre os cortesãos dos séculos 8 e 9, sendo encontrado em tesouros de catedrais por toda a Europa. Segundo o site Arkeology, na Idade Média, acreditava-se que as ametistas tinham poderes espirituais e de proteção, apontando que a joia pode ter tido grande importância para seu dono original.
“No sofisticado jogo medieval de símbolos, a escolha das joias sempre tinha um significado mais profundo”, afirmou Marek. “Uma pedra que se acreditava possuir poderes sobrenaturais rapidamente ganhava valor, tanto social quanto monetário.”
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(Por Redação Galileu)