O senador mato-grossense Jayme Campos (União Brasil) fez enfática defesa do agronegócio brasileiro. Em pronunciamento da tribuna do Senado, ele fez questão de ressaltar que a produção nacional “é feita de forma sustentável” e que o Brasil dispõe do “melhor Código Florestal do planeta”. Ele destacou que 64% de todo o território está devidamente preservado.

As ponderações do senador mato-grossense foram feitas ao rebater mais uma vez as críticas que o setor produtivo brasileiro vem sofrendo diante da questão do desmatamento. Inclusive, por parte dos próprios agentes governamentais brasileiros. “O Governo teria a obrigação de defender os interesses, sobretudo, do setor produtivo” – disse.

Esta semana, na China, o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, Jorge Viana, afirmou que 84 milhões de hectares foram desmatados na Amazônia nos últimos 50 anos e que destes, 67 milhões foram destinados à pecuária e outros 6 milhões, à agricultura de grãos.

Jayme Campos lembrou que o Brasil é o maior produtor de soja do mundo, seguido pelos Estados Unidos. A terceira maior produção do planeta está em Mato Grosso, que superou a Argentina. “Confesso que fico indignado, como cidadão brasileiro de ver a forma como ele nos trata” – salientou.

Na defesa do agronegócio, Campos observou que o Brasil acaba de enfrentar um prejuízo gigantesco por causa do ‘mal da vaca louca’ registrado no Estado do Pará. Um único caso suspeito, segundo ele, derrubou o preço em quase 25% do valor da carne brasileira. “Mas o Governo em vez de nos ajudar, está nos estorvando, quer destruir esse setor produtivo” – ele lamentou.

Antes de finalizar o pronunciamento, Jayme Campos também destacou a atuação das organizações não-governamentais – “que são feitas por cidadãos que não são nem brasileiros, a maioria absoluta, tirando proveito”, disse – e que estariam também “trazendo um sério transtorno e prejuízos a nós”.

“Nós temos de reagir, de imediato. Caso contrário, nós não vamos ter capacidade para competir com as políticas que lamentavelmente fazem na Europa, nas Américas, nos Estados Unidos, e trazem de embrulho para que nós, com certeza, deixemos de ser esse país altamente competitivo, mesmo diante da carência da infraestrutura, sem estradas, sem ferrovias, sem hidrovias etc” – concluiu.