O Inter está determinado a sensibilizar a CBF para dividir o título do Brasileirão de 2005 com o Corinthians. O clube trabalha na coleta de documentos e prepara um dossiê com base nas partidas anuladas após o escândalo da Máfia do Apito.
Para embasar o pedido, os gaúchos estão em vias de contratar um ex-árbitro com a missão de avaliar as decisões de Edilson Pereira de Carvalho — pivô do escândalo da manipulação de resultados. O objetivo é mostrar que não houve impacto no resultado dos compromissos de Inter e Corinthians que acabaram anulados.
Algo similar ao que ocorreu na Alemanha. Em 2005, o árbitro Robert Hoyzer confessou ter participado de partidas arranjadas. O escândalo envolveu cerca de dois milhões de euros e envolveu 13 jogos. Acabou banido do futebol, pegou dois anos e meio de prisão, mas os resultados mantidos.
– Estamos nos municiando de documentações. O Hoyzer foi afastado, condenado a prisão, mas não foram todas as partidas anuladas. A federação alemã analisou caso a caso, o que reclamamos –explica Aquino.
A provocação foi acolhida pelos colorados. Alessandro Barcellos, atual presidente, deu permissão para que o tema avançasse. Fernando Carvalho, mandatário em 2005, é outro aliado na empreitada. O Colorado trabalha em várias frentes. Os departamentos jurídico e de comunicação estão juntos na coleta de documentos, depoimentos e jurisprudências.
O clube mantém o zelo. O movimento para a CBF, sem prazo para ocorrer, só virá quando a documentação estiver toda em mãos dos gaúchos.
Além do episódio da Alemanha, o dossiê traz decisões em outros países e mesmo reconhecimentos no Brasil. Há o título dividido entre Portuguesa e Santos no Paulistão de 1973, a homologação do Atlético-MG como campeão brasileiro em 1937 e a equiparação da Taça Brasil e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o Robertão (disputados entre 1959 e 1970) ao Brasileirão.
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Edilson Pereira de Carvalho foi o pivô da Máfia do Apito — Foto: Leonardo Lourenço
(GE)