Em mais um episódio de violência urbana que choca Mato Grosso, Marlon Bruno Medeiro, 35 anos, foi executado a tiros dentro de um carro na madrugada deste domingo (18), em Mirassol D’Oeste – 301 quilômetros a sudoeste de Cuiaba. Ao lado dele, um amigo de 31 anos também foi alvejado e levado ao hospital em estado grave. O ataque ocorreu em via pública, nas proximidades de uma praça movimentada, onde a vítima estava acompanhada da esposa e da filha.
A Polícia Militar de Mato Grosso patrulhava a Avenida Tancredo Neves quando ouviu disparos de arma de fogo e, ao chegar ao local, se deparou com pessoas se protegendo e gritando por socorro. Dentro de uma Saveiro preta, os policiais encontraram as vítimas feridas. Marlon já estava morto. Cápsulas de munição calibre 9 mm foram recolhidas pela equipe da Perícia Técnica (Politec).
Testemunhas informaram que o autor do crime trajava uma camisa cinza de manga longa e fugiu a pé pela direção do cemitério municipal. A Polícia Civil de Mato grosso tenta identificar o criminoso, mas até o momento ninguém foi preso. A esposa e a filha da vítima, que presenciaram a execução, serão ouvidas nas próximas horas. O impacto emocional sobre elas é devastador.
A brutalidade do crime, em plena praça pública e diante de familiares, levanta novamente o debate sobre a segurança em cidades do interior de Mato Grosso. Mirassol D’Oeste, com pouco mais de 25 mil habitantes, tem enfrentado aumento nos casos de violência nos últimos anos, principalmente homicídios relacionados a acertos de contas.
Dados da Sesp-MT revelam que, de janeiro a abril deste ano, o estado registrou 306 homicídios dolosos, sendo 44 apenas na região sudoeste, que inclui Mirassol D’Oeste. A média de quase três assassinatos por dia preocupa autoridades e reforça a urgência de investimentos em policiamento ostensivo e inteligência criminal no interior.
A investigação do caso segue em andamento. Além das imagens de câmeras da região, a Polícia Civil apura possíveis motivações pessoais ou vínculos com atividades criminosas. A morte de Marlon, ocorrida na frente de sua família, é mais um retrato da banalização da vida e da sensação de impunidade que atinge parte do estado.