O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e sócio-fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, foi confirmado, como novo presidente da Petrobras. Ele vai assumir a vaga hoje ocupada pelo general Joaquim Silva e Luna.
Adriano Pires assume a empresa em momento marcado pela crise do aumento dos preços dos combustíveis e a pressão, pelos atores políticos, de intervenção estatal para minimizar as constantes altas. A última experiência do futuro gestor da Petrobras no governo foi na Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).
O antecessor de Adriano Pires foi confirmado no comando da Petrobras no dia 26 de abril de 2021. O general Joaquim Silva e Luna, por sua vez, assumiu o comando da empresa no lugar de Roberto Castello Branco. Fonte: Congresso em Foco.
A demissão de Silva e Luna ocorreu após uma série de desgastes com o presidente Jair Bolsonaro
O presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, já recebeu o comunicado de que deixará o comando da estatal, por decisão do presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciada na tarde desta segunda-feira (28/3).
Quem assume o cargo é Adriano Pires, atual diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, anunciado na noite desta segunda-feira (28).
O Ministério de Minas e Energia publicou nota após das 19h para apontar que “consolidou a relação de indicados do Acionista Controlador para compor o Conselho de Administração da Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras, a ter efeito a partir da confirmação pela Assembleia Geral Ordinária, que ocorrerá em 13 de abril de 2022″.
No comunicado, o ministério confirma Rodolfo Landim para o exercício da presidência do Conselho da estatal; e Adriano Pires, para o exercício da presidência da Empresa.
A demissão de Silva e Luna ocorreu após uma série de desgastes com o presidente. Recentemente, o general foi pressionado publicamente pelo chefe do Executivo e pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em razão da escalada dos combustíveis. Internamente, o militar dizia que a alta dos preços era conjuntural e que não havia necessidade de rever os aumentos promovidos pela estatal.
Luna não é o primeiro presidente da estatal a cair no governo Bolsonaro. Roberto Castello Branco, indicado do ministro da Economia, Paulo Guedes, foi exonerado em fevereiro de 2021, após a companhia anunciar o quarto aumento nos preços do diesel e da gasolina naquele ano.
Conselho
Os acionistas da Petrobras se reúnem no próximo dia 13 para confirmar os novos nomes ao Conselho da estatal. A reunião já terá a participação do novo presidente do Conselho, Rodolfo Landim, que também é presidente do Flamengo. Nos bastidores, especula-se que ele recusou assumir a estatal para permanecer nos dois cargos.
Para ser presidente da Petrobras é necessário fazer parte do Conselho de Administração. Sem o nome nessa lista, Silva e Luna é automaticamente substituído. A troca seria possível porque o atual presidente Eduardo Bacellar Leal Ferreira pediu para deixar o cargo, o que dilui a atual formação do Conselho e abre o caminho para Pires.
Na escalada da troca de mandatos, a substituição de Silva e Luna também chegou a ser discutida em reunião na manhã desta segunda-feira de Bolsonaro com o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e com os comandantes das três Forças Armadas no Palácio do Planalto. Eles retiraram o apoio ao militar nas últimas semanas, devido aos aumentos nos combustíveis e à forma com que Luna e Silva respondeu publicamente ao presidente à época do anúncio da alta nos preços, considerada inapropriada.
Currículo
Adriano Pires é doutor em Economia Industrial pela Universidade Paris XIII (1987), mestre em Planejamento Energético pela COPPE/Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) (1983) e economista formado pela UFRJ (1980).
O atual diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura atua há mais de 30 anos na área de energia. Sua última experiência no governo foi na Agência Nacional de Petróleo (ANP), onde atuou como assessor do diretor-geral, superintendente de Importação e Exportação de petróleo, seus derivados e gás natural e superintendente de Abastecimento.
(Correio Braziliense)