As investigações contra as clínicas médicas de Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá, que foram alvos da Operação Jaleco, apontaram que um dos estabelecimentos era uma clínica odontológica onde um farmacêutico realizava procedimentos cirúrgicos estéticos, como lipoaspiração. Ele foi preso em flagrante nessa quinta-feira (23).
O nome da clínica e o suspeito não foram divulgados pela polícia. A fiscalização apontou que o espaço era usado para a realização de procedimentos que não era da competência legal do profissional de farmácia.
A polícia informou que o local foi interditado. Já o farmacêutico foi encaminhado à delegacia para depoimento.
Falsa médica
Segundo a Polícia Civil, o caso começou a ser investigado quando o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) recebeu uma denúncia sobre uma falsa médica, que estaria realizando procedimentos estéticos em uma clínica, sem registro no CRM-MT. As investigações apontaram que o serviço era divulgado nas redes sociais por meio de propagandas.
Como forma de provar a inocência, a falsa médica buscou a inscrição junto ao CRM-MT, por meio da revalidação de um diploma emitido no exterior. Porém, a universidade responsável pelo processo cancelou o procedimento e ela teve a inscrição cancelada, conforme o Conselho de Medicina.
Com isso, os oficiais confirmaram que ela atendia em uma clínica clandestina, sem alvará de funcionamento e sem identificação da fachada. O estabelecimento foi alvo de mandado de busca e apreensão e a polícia apreendeu o carimbo usado por ela e termos de consentimentos assinados por pacientes.
A polícia trabalha com a suspeita de que a falsa médica, mesmo sem registro, teria assinado um contrato com o Poder Público para atuar como perita. No entanto, essa hipótese não foi confirmada até a última atualização desta reportagem.
Operação Jaleco
A Operação Jaleco é cumprida com o intuito de investigar a venda irregular de medicamentos emagrecedores e o exercício ilegal da medicina em Barra do Garças. A ação foi cumprida com o apoio do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), da Vigilância Sanitária e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Durante a operação, as equipes fiscalizaram diversos estabelecimentos para identificar práticas irregulares, impedir a venda de medicamentos sem prescrição médica e garantir o cumprimento das normas sanitárias.
Os fiscais identificaram irregularidades em outras clínicas, como a comercialização de medicamentos vencidos e a falta de equipamentos básicos exigidos para que os espaços que exerçam esse tipo de trabalho funcionem.
Os agentes também analisaram a estrutura física dos locais e a documentação necessária para o funcionamento regular das clínicas.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/B/Z/p6BZTtRu64de1piD3EZQ/whatsapp-image-2025-10-23-at-08.41.56.jpg)
Ofício solicitou investigação sobre a possível venda dos medicamentos sem autorização da Anvisa — Foto: Reprodução
(G1 MT)



