Apesar das gerações Z e Alfa desconhecerem quase a totalidade dessas expressões de cunho popular, elas resistem aos modismos atuais e se perpetram no tempo. Recorrentes nas provas de Linguagens do Enem, as variantes linguísticas são: Diatópicas, aquelas relacionadas a lugares (topos) geográficos, ex.: “Mandioca”, “aipim” ou “macaxeira”; Diastráticas, as que permeiam os grupos sociais, ex.: O zagueiro do Dom Bosco é especialista em dar “carrinhos”; Diafásicas, essas relacionadas à formalidade e à informalidade, ex.: “Onde está José?” (formal), “Cadê José?” (informal); diacrônicas, as que variam ao longo do tempo, ex.: “— Bebo porque é líquido. Se fosse sólido, comê-lo-ia”. Resposta do ex-presidente do Brasil, Jânio Quadros, usando mesóclise (atualmente, quase extinta) “comê-lo-ia” ao responder a um repórter sobre o ato de beber; além do sarcasmo explícito. Mas o importante é percebermos que as expressões e os ditados populares subsidiam provas de concursos públicos, vestibulares e, principalmente o Enem.
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Entendamos duas delas:
“Dizer cobras e lagartos” – de origem portuguesa, a expressão deriva de “coplas” estrofes ou cânticos para ridicularizar alguém; porém há uma referência bíblica em tradução antiga que do salmo 91: 13 que “Sobrea áspide e o basilístico andarás” que remete à cobra; porém, “lagarto” foi incluído pelo imaginário popular; com o passar do tempo “coplas” evolui para “cobra” para designar insultos, xingamentos etc., e temos a figura de linguagem metáfora pois “cobra” remete à ideia de algo ruim, inapropriado.
“Presente de grego” – É o que comumente recebemos dos nossos políticos,; mas a história é antiga, remontando à “Odisseia”, de Homero, quando os gregos, depois de dez anos de cerco `Troia, fingiram abandonar o campo de batalha e deixaram um presente para os troianos: um imenso cavalo de madeira, no seu interior havia guerreiros gregos que abriram os portões e Troia foi destruída. A partir daí, “presente de grego” virou sinônimo de presente indesejável.
Portanto, apesar da “distância” no tempo, as expressões populares continuam presentes na sociedade contemporânea; apesar das inovações tecnológica, o ser humano não é um produto deste tempo, pesam nos nossos ombros milênios que, inexoravelmente, influenciam o que pensamos, fazemos ou dizemos.
*SÉRGIO EDUARDO CINTRA é professor de Linguagens e de Redação em Cuiabá. Foi vereador, Diretor Executivo do Cuiabá-VEST (Funec) e secretário de Cultura de Cuiabá. Atualmente está servidor do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT).
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