O policial penal Adão Elias Junior, que é ex-diretor do Centro de Ressocialização Industrial Ahmenon Lemos
Dantas, em Várzea Grande, foi preso nesta segunda-feira (14) durante a Operação Shadow, da Polícia Civil. Outro agente penitenciário, identificado como Leo Márcio da Silva Santos também foi preso.
Os dois servidores serão indiciados por integrarem organização criminosa. A Operação Shadow cumpre 35 ordens judiciais contra um grupo ligado ao Comando Vermelho, que ajudou na fuga do líder de uma facção e de outro preso, em julho de 2023.
Até o momento, foram apreendidos alguns veículos. Com um dos alvos, foram apreendidos R$ 16 mil em dinheiro vivo.
O delegado Rodrigo Azem, da Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Draco), afirmou em uma coletiva de imprensa que as evidências do inquérito são fortes, mesmo sendo sigilosas. Adão, quando era diretor da prisão, liberava presos que não tinham permissão para sair para trabalhar.
Azem explicou que existem várias regras para liberar um preso para atividades externas, e mesmo sabendo que um preso não cumpria esses requisitos, Adão permitiu a saída. Isso levou à fuga de dois detentos.
O outro policial penal tinha a responsabilidade de escoltar os presos, mas eles não retornaram à prisão e fugiram. A fuga aconteceu no dia 14 de julho de 2023, quando os dois presos foram autorizados a sair da penitenciária para trabalhar, mas não voltaram. Um dos fugitivos, G.R.S., o “Vovozona”, é considerado um
criminoso perigoso e líder do crime organizado no sul de Mato Grosso. A operação cumpre 11 mandados de prisão preventiva, 12 ordens de busca e apreensão, bloqueios de contas, e sequestros de veículos e bens, todos expedidos pela juíza Edna Ederli Coutinho, de Cuiabá.
As ordens estão sendo cumpridas em Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e Poconé. As investigações, feitas pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e outras delegacias, mostraram que houve um
plano para a fuga, com a ajuda de funcionários
públicos.Os dois policiais estão sendo investigados por facilitar a fuga de presos e por fazer parte de uma organização criminosa.
A operação conta com apoio de diversas equipes policiais. Na mesma ocasião, T.A.F.O., que havia cometido um homicídio em Chapada dos Guimarães e já tentado fugir antes, também escapuliu.
As investigações indicaram que os criminosos receberam ajuda de pessoas dentro e fora da prisão para conseguirem fugir. “Eles [Vovozona e T.A.F.O] fugiram na mesma data, no mesmo horário. Juntos. O que mostra que foi um plano bem premeditado e arquitedado”, informou Azem.
(Folha Max)