Seja por melhoria técnica, filosofia de desenvolvimento ou necessidade financeira, a utilização de atletas da base é vista como algo fundamental para os clubes brasileiros. No entanto, um estudo da Pluri Consultoria, que avaliou a utilização da base no futebol nacional nas últimas cinco temporadas, mostra que os jogadores formados por seus clubes atuaram uma média de 19,4% dos minutos jogados pelas 22 equipes analisadas.

Pelo recorte, o Santos aparece em primeiro lugar da lista, com 39,6% do tempo de jogo sendo disputados por atletas da base. A elevada média ainda poderia ser um pouco maior, se o uso da base não tivesse sido drasticamente reduzido em 2019, quando os pratas da casa atuaram por 22,9%. Número bem inferior aos 45,5% registrado na temporada de 2018.

Athletico (33,8%), Fluminense (29,4%), Coritiba (27,1%) e Goiás (24,7%) completam as cinco primeiras posições. No Nordeste, o Vitória aparece à frente dos outros quatro clubes da região analisados, com 18,3%, porcentagem que o coloca na 13ª posição geral. Quando se observa o recorte do Sul, a equipe que lidera é o Internacional, com 24,4%, ocupando o sétimo lugar no ranking geral, com 24,4%, seguido pelo Grêmio, em oitavo no Brasil, com 23,4%.

Percentual em % de minutos jogados por atletas da base

PosiçãoClubePercentual de minutos jogadosPosição mais utilizadaPercentual de utilização
Santos39,6%Meias40%
Athletico33,8%Meias41%
Fluminense29,4%Defensores33%
Coritiba27,1%Defensores48%
Goiás24,7%Defensores38%
Vasco24,5%Defensores47%
Internacional24,4%Meias e defensores37%
Grêmio23,5%Meias35%
São Paulo23%Defensores44%
10ºAvaí20,7%Meias37%
11ºCorinthians20%Defensores63%
12ºBotafogo18,9%Defensores49%
13ºVitória18,3%Meias37%
14ºFlamengo18,1%Defensores44%
15ºAtlético-MG14%Defensores59%
16ºFortaleza14%Defensores36%
17ºBahia12,8%Defensores43%
18ºCruzeiro12,6%Meias52%
19ºSport12,6%Meias58%
20ºPalmeiras6,3%Defensores60%
21ºCeará6,1%Atacantes39%
22ºChapecoense4,1%Defensores39%

Outro ponto que chama a atenção é o fato de que, apesar da fama de país que forma atacantes, o Brasil tem na defesa a posição mais utilizada, com 38% dos minutos jogados por esses atletas. O setor de criação vem logo na sequência, com 33%, enquanto atacantes só aparecem na terceira posição, com 19%. Os goleiros, por sua vez, saem por último na lista. E com base na pesquisa, no Brasil, os números indicam que a promoção para o profissional tem sido algo difícil. Isso porque apenas 9% dos minutos jogados pelas equipes foram disputados por goleiros vindos da base.

O estudo é mais um indicativo da baixa utilização dos atletas da base no futebol nacional. Em janeiro deste ano, o GloboEsporte.com publicou um levantamento sobre o aproveitamento de atletas que disputaram a Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2019 e foram utilizados em seus clubes de origem na mesma temporada. Na ocasião, dos 1028 jogadores analisados, apenas 137 entraram em campo pelo profissional do clube – o que representa 13,3% do montante. (Globo Esporte)