O governador Mauro Mendes (União) voltou a dar uma denonstração de afinidade política com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ao participar, pela segunda vez, de um ato em defesa de réus, condenados e presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
O mato-grossense, que se diz de centro-direita, manifestou seu alinhamento com colegas de diferentes espectros políticos, em apoio ao ex-presidente, declarado réu pela Suprema Corte por tentativa de golpe de Estado.
Na tarde deste domingo (6), Mauro Mendes e outros seis governadores participaram de um ato na Avenida Paulista, no Centro de São Paulo, convocado pelo ex-presidente.
A manifestação pediu a anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, considerado o maior ataque às instituições da República, desde que o Brasil voltou a ser uma democracia.
No dia 16 março, em companhia da primeira-dama do Estado, Virgínia Mendes, o governador apoiou a iniciativa de Bolsonaro de defender anista para os envolvidos no vandalismo na Praça dos Três Poderes, na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro..
Os atos, na verdade, são uma tentativa de Bolsonaro mostrar força política.
Em São Paulo, foi a primeira manifestação pública dele depois de ser oficialmente colocado no banco dos réus pelo Supremo por conta da tentativa de golpe de Estado.
Se ele for condenado, ele pode ficar fora das urnas pelo tempo de cumprimento da pena, o que pode tirá-lo em definitivo da vida política.
O protesto começou por volta das 14h com uma oração puxada pela deputada federal Priscila Costa (PL-CE), vice-presidente do PL Mulher.
Houve discursos em defesa do projeto de lei em tramitação na Câmara, que concede anistia a condenados pelos atos antidemocráticos.
O vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), afirmou haver uma articulação forte para colocar o texto em votação.
Também foram feitas críticas ao (STF), como na fala do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que chamou os ministros de “ditadores de toga”.
Do alto do trio, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pediu uma “anistia humanitária” aos condenados pelos ataques em janeiro de 2022.
VIA 2026
Principal líder do União Brasil em Mato Grosso, Mauro Mendes é pré-candidato a uma das duas vagas de senador que estarão em disputa, no Estado, no ano que vem.
Para analistas politicos, ao se aliar a Bolsonaro, o governador mato-grossense estaria interessado no voto dos eleitores do ex-presidente no Estado.
No xadrez da polítrica local, o União Brasil, liderado por Mauro, estuda uma aliança com o PL bolsonarista.
Os dois partidos projetam o lançamento de candidatos ao Palácio Paiaguás, o que tem dificultado o entendimento entre os líderes.
Mauro já lançou a pré-candidattura do vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) à sua própria sucessão.
O PL não se definiu ainda por um nomepara a disputa.
MAIORIA REJEITA A ANISTIA
Segundo dados da pesquisa Quaest, divulgados neste domingo (6), 56% dos entrevistados defendem que “os envolvidos nas invasões de 8 de janeiro” devem “continuar presos por mais tempo cumprindo suas penas”.
Apenas 34% acham que eles nem deveriam ter sido presos ou “já estão presos por tempo demais”. A maioria, portanto, é contra a anistia.
Ainda segundo a Quaest, entre os eleitores de Bolsonaro, 32% são favoráveis à continuidade da prisão; 36% acham que ninguém deveria ter sido preso; e 25% que essa turma já tinha que estar em liberdade.
O levantamento também mostra que a maior parte (49%) acredita que ele participou da tentativa de golpe contra 36% que disseram “não” quando perguntados se o ex-presidente “participou do plano da tentativa de golpe”.
