Pesquisadores descobriram uma nova espécie de dinossauro, oTameryraptor markgrafi, que habitava o Egito durante o período Cretáceo há 95 milhões de anos. Publicado na revista Plos One nesta terça (14), o estudo analisou fotos do fóssil do animal que teria 10 metros de comprimento e pode ter sido um dos maiores carnívoros terrestres do planeta.

Em 1914, cientistas alemães encontraram restos fossilizados do dinossauro no Oásis de Bahariya, no Deserto Ocidental do Egito, e o mantiveram na Coleção Estatal de Paleontologia e Geologia da Baviera (BSPG), na Alemanha, até 1944. Quando o prédio foi incendiado na Segunda Guerra Mundial, os fósseis foram destruídos, e o que restou são fotos de uma exposição feita na década de 1940.

Outros registros incluem as anotações do paleontólogo alemão Ernst Stromer von Reichenbach (1871-1952), o primeiro a categorizar os fósseis egípcios, e ilustrações dos ossos.

Fotografia do espécime montado antes do incêndio em 1944 — Foto: M. Kellermann, E. Cuesta, O. W. M. Rauhut
Fotografia do espécime montado antes do incêndio em 1944 — Foto: M. Kellermann, E. Cuesta, O. W. M. Rauhut

Stromer acreditava que os fósseis correspondiam a um dinossauro conhecido por seus dentes, descoberto na Argélia. O especialista foi responsável por nomear um novo grupo: Carcharodontosaurus, onde incluiu o fóssil encontrado em 1914.

Contudo, Maximilian Kellermann, primeiro autor do estudo, conta em comunicado, que o fóssil do dinossauro egípcio retratado nas imagens “difere significativamente do Carcharodontosaurus encontrado mais recentemente no Marrocos”.

“A classificação original de Stromer estava, portanto, incorreta”, explica Kellermann. “Identificamos aqui uma espécie de dinossauro predador completamente diferente, até então desconhecida, e a batizamos de Tameryraptor markgrafi.”

O nome da espécie combina um nome egípcio antigo, “ta-mery”, que significa “terra amada”, e a palavra “ladrão” em latim, “raptor”, e significa, portanto, “ladrão da terra amada”.

Quais são as características do novo dinossauro?

A presença de um chifre proeminente e um cérebro frontal ampliado foram algumas das características que diferiram o animal, segundo análises detalhadas das fotografias e comparações com fósseis de membros do grupo dos Carcharodontosaurus.

“Há alguns outros táxons que aparentemente também são compartilhados entre o Egito e o Marrocos, como o Deltadromeus ou o famoso Spinosaurus, que eu suspeito que também sejam bastante distintos se alguém dedicar algum tempo para examinar os textos antigos de Stromer e os arquivos antigos”, disse Kellermann ao site Live Science.

Para os pesquisadores, o trabalho mostra a importância de estudar não apenas o solo, mas também arquivos antigos, apesar de uma avaliação detalhada exigir a recuperação de mais fósseis no local.

(Por Redação Galileu)