A advogada de Daniel Alves, Inés Guardiola, afirmou que o jogador devolveu a Neymar dos Santos Silva, pai do atacante Neymar, os € 150 mil (R$ 818 mil) emprestados durante o processo da acusação de estupro. A informação foi publicada pelo jornal Folha de São Paulo e confirmada ao ge pela assessoria do lateral.
Segundo a advogada, Alves devolveu o valor à família de Neymar há uma semana. O dinheiro foi encaminhado à Justiça espanhola como indenização antecipada à denunciante antes do julgamento. O pagamento foi considerado um atenuante na decisão em primeira instância, que condenou Daniel Alves a quatro anos e meio de prisão, pena menor do que pediam a acusação (12 anos) e a promotoria (9 anos).
Daniel Alves deixou a prisão cinco dias após a Justiça conceder liberdade provisória mediante pagamento de fiança de € 1 milhão (R$ 5,4 milhões). No período, a imprensa espanhola especulou uma possível nova ajuda da família de Neymar, mas o pai do atacante do Al-Hilal se manifestou publicamente e negou que intercederia desta vez.
Advogada do ex-Barcelona, Inés Guardiola não revelou a origem do dinheiro utilizado pelo jogador para pagar a fiança. Segundo o jornal La Vanguardia, Alves recorreu a empréstimos não bancários, com amigos, para obter o dinheiro. Nesta quarta, a Justiça negou os recursos da acusação e do MP contra a liberdade provisória concedida.
O jogador está com as contas bloqueadas no Brasil devido a uma disputa judicial com a ex-esposa, Dinorah Santana. Na Espanha, houve bloqueio de valores desde a acusação de agressão sexual.
Dura
Guilherme Pereira explica como dinheiro doado por Neymar serviu para atenuar pena de Daniel Alves
No fim de fevereiro, o La Vanguardia informou que Daniel Alves receberia 1,2 milhão de euros (R$ 6,5 milhões) do órgão, em ganho de causa contra o Fisco do país. Ele discordava da tributação dos valores cobrados pelos serviços de intermediação do agente Joaquín Macanás, na altura da renovação de contrato com o Barcelona entre 2013 e 2014.
Recursos contra sentença podem alongar processo
A expectativa é que os recursos contra a condenação de Daniel Alves na sala de apelação do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha sejam deliberados nos próximos meses. Os recursos negados nesta quarta-feira referiam-se apenas à decisão da liberdade provisória.
Todas as partes recorreram da sentença: a defesa de Daniel Alves pede absolvição; o Ministério Público e os advogados da vítima demandam pena máxima, de 12 anos. O caso ainda pode ser levado até o Tribunal Supremo, órgão jurídico de última instância na Espanha.
Como a pena de prisão imposta foi baixa, a defesa do jogador acredita que os argumentos caiam. Antes do julgamento, a parte denunciante pedia sanção máxima, e o Ministério Público propôs nove anos de cárcere.
Daniel Alves foi acusado de agredir sexualmente uma mulher de 23 anos no banheiro de uma boate de Barcelona, no dia 30 de dezembro de 2022. Ele foi detido no dia 20 de janeiro de 2023, quando compareceu para um depoimento, e mantido em prisão preventiva, no Centro Penitenciário Brians 2.
Duas semanas depois do julgamento de três dias, em fevereiro de 2024, a 21ª Seção do Tribunal de Justiça de Barcelona anunciou a sentença de quatro anos e meio de prisão mais cinco anos de liberdade vigiada. No dia 25 de março, ele deixou a prisão após ter liberdade provisória concedida. Alves permanecerá livre até que os recursos sejam julgados. (GE)