O Cuiabá está no mercado em busca de um treinador após a saída de António Oliveira para o Corinthians. O presidente do Dourado, Cristiano Dresch, detalhou o processo de contratação do novo comandante em entrevista na noite de quinta-feira.
O dirigente descartou o nome de Armando Evangelista, que dirigiu o Goiás na temporada passada, tido como um dos principais alvos da diretoria. Ele ainda rechaçou pressa para a definição.
– A gente não tem desespero em trazer o próximo treinador. A escolha do António na primeira vez não foi feita no afogadilho. O ex-treinador do Goiás, em nenhum momento ligamos e nem imaginamos. Esse tipo de notícia sem fonte e sem base correta só atrapalha. Alguém vê que o Cuiabá está fechando com o… Armando Evangelista, né? Nem o nome dele eu sei direito. Isso atrapalha. No momento tentamos alguns nomes e não conseguimos. Temos outros nomes, mas vamos fazer com tranquilidade.
Dresch definiu o perfil do técnico a ser procurado e garantiu que não cogita treinadores com passagem pelo clube em um possível retorno – deu o exemplo do também português Ivo Vieira, demitido no início de 2023 após quatro rodadas do Brasileirão.
– Não, nenhum. Vamos buscar um treinador com idade entre 40 e 50 anos, que tenha experiência com primeira divisão, que tenha bons números. O Cuiabá tem particularidades, é um clube-empresa, em que os donos estão presentes no dia a dia. Temos que ser minuciosos para acertar.
– A gente teve o Ivo Vieira ano passado e um dos principais motivos de ter saído foi não tem entendido qual o papel do Cuiabá na Série A. O Cuiabá não tem jogadores que vão construir o jogo como Flamengo, Palmeiras, Atlético-MG, que têm jogadores top no Brasil. Nosso estilo de jogo é de procurar se defender bem, tomar pouco gol e fazer um, dois, três gols no máximo para ganhar os jogos. A gente não vai trazer um treinador que quer propor o jogo, ir pra cima, marcar alto. Não temos pressa.
O presidente auriverde ainda comentou sobre a ida de António Oliveira ao Corinthians, confidenciou conversa com o treinador e deixou portas abertas ao “amigo”.
– O António se tornou a bola da vez do Brasil. Ele foi especulado no São Paulo antes do Carpini, foi decisão dele de não ir. O convite do Corinthians acabou seduzindo. Se a multa fosse R$ 5 milhões, o Corinthians provavelmente tentaria pagar. O olho do António brilhou quando teve o convite do Corinthians. Não adianta deixar o profissional aqui infeliz por causa de uma multa. Foi como a venda do Raniele, o Cuiabá também quis que ele fosse pra lá. É um atleta que merecia ir para um clube grande. Com o António é a mesma coisa.
– Ele chegou para mim e disse “presidente, não fica com raiva de mim”. Eu falei “não, António, pensa bem no desafio que você está assumindo, vai ser difícil e eu vou torcer para você… só não vou torcer contra o Cuiabá”. Nesses caso, a gente tem que pensar nas pessoas também. É óbvio que já foi, já voltou, mas claro que tem portas abertas, é um amigo. Todos os treinadores que saíram do Cuiabá tenho bom relacionamento. Nenhum treinador do Cuiabá saiu brigado comigo. No futebol não são só relações de trabalho, são relações que se tornam amizades também e temos construído isso nos últimos anos.
Enquanto não fecha com o sucessor para o comando, o Auriverde será treinado interinamente pelo auxiliar fixo Luiz Fernando Iubel. O próximo compromisso será na próxima quinta-feira, dia 15, contra o Araguaia, na Arena Pantanal, às 19h, pela 7ª rodada do Mato-grossense. (GE)