A vitória do Santos por 3 a 1 sobre o Bahia, neste domingo, na Vila Belmiro, foi bastante festejada pelo técnico Cuca. Isso porque o resultado manteve o Peixe no G-6 do Campeonato Brasileiro e a cinco pontos do Internacional, atual líder da competição.
Em entrevista coletiva virtual após a partida, Cuca exaltou o desempenho time e o “retorno” que os jogadores mais jovens têm dado em campo, além de fazer uma projeção para o segundo turno da competição.
– Hoje era um jogo de encerrar o turno, virando o turno com 30 pontos e entre os seis é muito bom no geral, dentro de todas as dificuldades que vivemos, que nem preciso falar. Jogadores dão retorno positivo dentro de campo – declarou o treinador, que relembrou as projeções feitas pela imprensa sobre o Santos no início da temporada para analisar o primeiro turno do Santos.
– Para essa análise do primeiro turno, temos que voltar ao começo da competição e vermos o que muitos analistas falaram. Santos estaria na segunda página, não entre os 10 primeiros. Estamos na primeira página, posição a nível de zona de Libertadores. Não é o que o Santos almeja, mas não estamos envolvidos só no Brasileirão. Copa do Brasil, Libertadores, mata-mata, viagem, elenco enxuto, formação de jovens. Estou muito contente com o trabalho, o retorno dos jovens e dos mais experientes. Torcedor também deve estar feliz com o que esse pessoal tem apresentado. Vivo em outras duas competições e entre os seis primeiros do Campeonato
O Santos termina o primeiro turno do Campeonato Brasileiro na sexta colocação, com 30 pontos, sendo oito vitórias, seis empates e cinco derrotas. Apesar do bom desempenho do time, porém, Cuca projeta um segundo turno mais difícil para o Peixe, que disputa mais duas competições além do torneio nacional: a Copa do Brasil e a Libertadores.
O técnico, inclusive, disse que estuda solicitar o adiamento de uma partida no Brasileiro, devido ao pouco tempo de recuperação entre uma partida e outra.
– Projeto mais difícil no segundo turno é a negociação dos três pontos. Cada um terá uma luta, não se sabe se é jogar contra parte de cima ou de baixo. Equipes tradicionais com 19 ou 20 pontos e vão vender caro cada jogo. Temos que nos preparar. Sei que segundo turno vai ser mais difícil por estarmos em outras competições. Vou jogar com o Athletico lá no sábado e na terça o mata-mata em Quito. Como jogar sábado e viajar para não me aclimatar nem um pouco? Eu tinha pensado até em adiar, Athletico joga com o Boca também. Não tenho como fazer, ir com 20 aqui e levar 11 ou 12 para Quito. É muito desigual. Vou priorizar Libertadores neste momento. Prevejo no segundo turno uma dificuldade maior no Campeonato Brasileiro – afirmou Cuca.

Confira abaixo outros trechos da entrevista coletiva de Cuca:
Jovens da base
– Foram os quatro, colocamos Sandry, Marcos Leonardo, Ângelo e Lucas Lourenço. Entram bem em alguns dias, outros mais ou menos e outros não tão bem. Não podemos avaliar um jogo. É ter paciência. Pessoal tem muita pressa, quer fulano desde o início. Mas na hora de substituir jovem em momento ruim, acabamos perdendo. Vamos devagar, tendo paciência, vão pegar corpo numa primeira divisão. Falei com um deles na minha sala sobre o que temos que fazer para evoluir, é muito diferente de baixo (base). É fazer eles terem confiança para darem retorno em campo. As trocas geralmente são para jovens entrarem.
Jean Mota e Jobson
– Jean Mota é alvo de críticas da torcida, mas torcedor precisa entender que são as peças que temos. Com tolerância maior, futebol será melhor. Todos vão ler. Se não lerem, vão falar que ganhou nota 4, por exemplo. Existem outras valias. Preenche espaço e faz coberturas que meninos não sabem fazer. Algumas peças vão correr um pouco mais para outros jogadores. Falta ritmo de jogo, é nítido. Foi artilheiro do Campeonato Paulista com ritmo maravilhoso, tudo que fazia dava certo. Estamos recuperando o Jean.
– Jobson, por ter qualidade, visão de jogo e passe, atrás havia algum risco. E na frente não faz mal se passe não entrar. E os que entram geram possibilidade de gol, como foi no segundo gol, o do Marinho. Jogou bem, pega intensidade dentro de jogo, tem melhorado e é necessário no futebol de hoje. Sem intensidade, não se joga. Tem que unir qualidade e técnica com intensidade.
Problemas extracampo
– Muito trabalhoso. Se eu falar que não estou cansado… Cada um com seu cansaço, físico ou mental. Tem que ser assim, é o preço. No final vale a pena. Não podemos curtir muito as vitórias. Amanhã viajamos para o Ceará. Amanhã já pensamos no Ceará da quarta.
Pará ou Madson?
– Madson é um jogador importante para nós. Não temos que ter 11, temos que ter um grupo. 15 ou 16 do mesmo nível e se faz a meninada. Meninos passam, criam novos valores. Madson é polivalente, fez gol contra o Corinthians na segunda linha pela direita. Pará já jogou como terceiro zagueiro e volante. Temos usado a polivalência. Disputam posição e jogam em outras. Como temos elenco curto, podem ser utilizados juntos algumas vezes também. (Globo Esporte)