A 8ª Reunião da Câmara Setorial Temática (CST) do Melhoramento Genético, realizada nesta segunda-feira (29.09), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), reuniu parlamentares, técnicos da Secretaria de Agricultura Familiar (SEAF), representantes da Empaer, Acrimat e demais entidades ligadas à pecuária. O encontro discutiu os avanços obtidos no programa Pró-Genética voltado para o leite e a possibilidade de expansão para o gado de corte, setor responsável por colocar Mato Grosso na liderança nacional e mundial na produção de carne.

O primeiro-secretário da ALMT, deputado Dr. João, que é o autor do requerimento que criou a CST, ressaltou que a Câmara foi criada justamente para debater o melhoramento genético do rebanho de corte, mas que o tema do leite também entrou na pauta, diante da relevância da cadeia produtiva.

“Estamos discutindo políticas públicas para o corte e também para a bacia leiteira. Muitos pequenos produtores reclamam da baixa rentabilidade do leite, e a solução passa por cooperativas e união. Queremos trazer todas as cooperativas de leite aqui para a Assembleia e buscar caminhos que garantam viabilidade econômica para esse setor”, disse. Ele também defendeu a ampliação da atuação da Empaer.

Relator da CST e presidente da Nelore MT, Alexandre El Hage, afirmou que o objetivo do grupo é aproveitar a experiência da SEAF no leite e expandi-la para o corte.

“A missão é montar um projeto robusto, permanente e que chegue a pequenos e médios produtores em todo o Estado”, explicou.

O médico veterinário da SEAF, Eduardo Dantas, apresentou os resultados do programa voltado para o leite, que vem transformando a produção em pequenas propriedades. Segundo ele, a média de produtividade saltou de 5 litros para até 40 litros de leite por vaca, graças ao uso de novilhas prenhas e transferência de embriões de girolando de alto padrão genético.

“Trabalhamos com cooperativas e associações, que entram com contrapartida, e o Estado fornece tecnologia e animais. O próximo passo é construir um programa semelhante para o gado de corte”, afirmou.

O deputado estadual Eduardo Botelho também participou da reunião e destacou a importância do investimento em genética para a pecuária mato-grossense, lembrando que o rebanho do Estado evoluiu de animais pantaneiros de baixo rendimento para o predomínio do Nelore, hoje mais de 90% do plantel.

“Esse melhoramento é muito importante para a economia do Estado, mas sobretudo para o produtor rural. Antigamente levava até cinco anos para um boi chegar ao abate, hoje temos animais precoces de até 10 meses. Isso garante mais rentabilidade e competitividade”, pontuou.

O presidente da Empaer, Suelme Fernandes, reforçou a importância da articulação entre Assembleia, governo e entidades para formular uma política pública que contemple também o corte.

“O programa de leite já é campeão, quintuplicou a produção em várias propriedades. Mas 70% dos criadores de gado de corte hoje são pequenos e médios, então é fundamental criar um projeto específico para esse segmento. Já temos previsão de cerca de R$ 300 milhões para a agricultura familiar em 2026, e esse pode ser um dos focos prioritários”, adiantou.

Representando o setor produtivo, o diretor técnico da Acrimat, Francisco Manzi, destacou que o melhoramento genético é aplicável tanto ao leite quanto ao corte e que pode transformar a realidade dos pequenos produtores.

“Dos 124 mil produtores de Mato Grosso, 36% têm até 50 cabeças de gado. Ou seja, quase 40% do setor está na base da pirâmide e precisa de acesso à tecno…

(BS COMUNICAÇÃO | Assessoria de Imprensa Nelore MT)