A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) comunicou, em nota, nesta segunda-feira, o afastamento por tempo indeterminado dos árbitros de campo e do VAR das partidas Internacional x Cruzeiro e Sport x Palmeiras, realizadas no último fim de semana, pela segunda rodada do Brasileirão. Em ambas, a atuação da arbitragem foi pivô de polêmicas e muita reclamação dos clubes que se julgaram injustiçados – casos da Raposa e do Rubro-negro.
Para tomar a decisão, a comissão de arbitragem da CBF diz ter se baseado no parecer do Comitê Consultivo de Especialistas Internacionais (CCEI), que “constatou equívocos cometidos pelos profissionais nos jogos”, descreve a nota.
Os árbitros de Internacional 3 x 0 Cruzeiro foram:
- Juiz: Marcelo de Lima Henrique (CE)
- Assistentes nº 1 e nº 2: Nailton Júnior de Sousa e Renan Aguiar da Costa (CE)
- Quarto árbitro: Luciano da Silva Miranda (CE)
- VAR: Daiane Muniz
- AVAR: Amanda Matias
A arbitragem de Sport 1 x 2 Palmeiras teve:
- Juiz: Bruno Arleu de Araújo (RJ)
- Assistentes nº 1 e nº 2: Rodrigo Figueiredo Henrique (RJ) e Thiago Henrique Neto (RJ)
- Quarto árbitro: Afro Rocha de Carvalho (PB)
- VAR: Rodrigo Nunes de Sá (RJ)
- AVAR: Diogo Carvalho Silva (RJ)
– Infelizmente, existem momentos de instruir, coibir e também de afastar. Neste momento, a Comissão de Arbitragem afasta para instrução as equipes das partidas em que, na visão do CCEI, houve equívocos. O afastamento não é simplesmente uma punição vazia, é para que possamos cuidar dos árbitros, instruí-los e que, na sequência, não haja mais equívocos nesse sentido, colocando o VAR e o árbitro de campo em sintonia – explicou Rodrigo Cintra, coordenador geral da comissão de arbitragem da CBF.
Treinamentos para árbitros da Série A
A CBF também anunciou nesta segunda a realização de treinamentos específicos para árbitros e assistentes que atuam na Série A a partir da próxima semana. Os profissionais irão se apresentar no campo do clube da Aeronáutico (CAER) e no Centro de Excelência da Arbitragem Brasileira (CEAB), no Rio de Janeiro, dia 15.
A espécie de intensivão faz parte do “projeto de profissionalização da categoria” anunciado em fevereiro pelo presidente da entidade máxima do futebol nacional, Ednaldo Rodrigues, justificou o texto da Confederação.
Jogadores da base do futebol carioca vão simular jogos para a comissão treinar os árbitros. Bem como toda a estrutura de VAR será montada para simular partidas de futebol.
O que aconteceu?
Em Internacional 3 a 0 Cruzeiro, o lance de reclamação dos cruzeirenses ocorreu no primeiro tempo, quando, aos 20 minutos de jogo, Jonathan Jesus foi expulso com vermelho direto em lance com Wesley, do Colorado. O árbitro cearense Marcelo de Lima Henrique mandou o zagueiro celeste mais cedo para o chuveiro.
O VAR confirmou a decisão do campo e não chamou o juiz para rever o lance. Minutos depois, o Inter abriria o placar no Beira Rio, depois ampliando a vantagem. Ao final do duelo, Pedro Lourenço, dono da SAF do Cruzeiro, prometeu ir à CBF para contestar a expulsão e disparou: “Queremos tratamento igual”.
Na Ilha do Retiro, a polêmica com a arbitragem veio nos minutos finais do confronto, que àquela altura estava empatado em 1 a 1. O árbitro Bruno Arleu de Araújo viu toque de Matheus Alexandre em disputa de bola com Rafael Veiga e assinalou pênalti, convertido por Piquerez. O Sport reclamou de um claro toque do jogador na bola.
O VAR, comandado pelo carioca Rodrigo Nunes de Sá, checou o lance e só terminou por sustentar a avaliação de campo de Arleu. Confirmando, portanto, a penalidade. Razão pela qual o vice-presidente de futebol do Leão, Guilherme Falcão, subiu o tom contra a arbitragem, afirmando que estava na hora de “importar árbitros”. (GE)