Com o crescimento de 2,9% do PIB (Produto Interno Bruto) divulgado nesta sexta-feira (1º) o Brasil saltou duas posições e se tornou a nona economia do mundo. O PIB é o resultado da soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país. O Brasil ultrapassou a Rússia e o Canadá no ranking das maiores economias mundiais, feito que havia sido projetado em novembro de 2023 pela consultoria Austin Ratings. Em 2022, o Brasil estava na 11ª posição. Em valores finais, o PIB produziu US$ 2,20 trilhões (R$ 10,9 trilhões) no ano passado, acima dos US$ 2 trilhões (R$ 9,9 trilhões) de 2022.

Entre as nações do G20 — grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo, a União Europeia e a União Africana — o Brasil conquistou a marca de 6º maior crescimento, à frente dos Estados Unidos e da França e atrás de países emergentes, como China, Índia e México.

A economia brasileira foi impulsionada pelo resultado recorde da agropecuária, setor que teve alta de 15% na comparação com o ano retrasado. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo o FMI, até 2026 o país pode subir uma posição e tornar-se a oitava maior economia do planeta, com PIB estimado em US$ 2,476 trilhões.

O resultado da agropecuária foi puxado pelos desempenhos recordes da produção de soja e milho. Entre os setores, também houve crescimento na Indústria (1,6%), puxada pelo segmento de petróleo e gás, e em Serviços (2,4%), graças às atividades financeiras e seguros.

Outra influência positiva no resultado do PIB de 2023 foi o desempenho das indústrias extrativas, com alta de 8,7% devido ao aumento da extração de petróleo e gás natural e de minério de ferro. Houve destaque também na eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, com alta de 6,5%.

Já o PIB per capita alcançou R$ 50.194, um avanço, em termos reais, de 2,2% em relação a 2022. Trata-se de uma média de geração de riquezas por pessoas no Brasil, a partir de tudo o que é produzido no país em todos os setores da economia.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou as redes sociais para comentar o resultado. “O PIB do Brasil cresceu 2,9% em 2023, segundo o IBGE. Vocês lembram que a previsão de alguns era 0,9%? Crescemos bem mais que o previsto e vamos continuar trabalhando para crescer com qualidade e pela melhora de vida de todos”, escreveu Lula. Diferentes organismos apontavam para um crescimento da economia brasileira menor do que o registrado pelo instituto.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também comemorou a alta do PIB. “Olhando para a inflação e olhando para mercado de trabalho, todas as variáveis, nós temos um bom espaço para crescer neste ano, se nós continuarmos o Congresso ouvindo a Fazenda, negociando os projetos para ir corrigindo as contas públicas que estavam totalmente desorganizadas. Organizando as contas públicas de um lado, e a política monetária atuando na mesma direção, nós temos condição de manter a projeção de 2,2% de crescimento neste ano. Tem gente já falando em mais, mas estamos sendo comedidos nas nossas projeções”, destacou Haddad.

O ministro da Fazenda admitiu que “o PIB veio bem acima do esperado”. “Nós esperávamos um PIB superior a 2%. Então, fechar em 2,9% é bastante positivo para o Brasil. Passa para o mercado nacional e internacional, para os cidadãos e empresários uma confiança na economia brasileira. Nós continuamos mantendo a projeção de 2,2% para esse ano”, completou.

Haddad comentou também a expectativa para o ano de 2024 e indicou que o primeiro trimestre surpreendeu a equipe econômica. “Está bom do ponto de vista de arrecadação. Isso está nos surpreendo. E estou falando de arrecadação não extraordinária, não coisas que podem ter entrado, por exemplo, fundos fechados, pode ter vindo uma boa arrecadação de fundo fechado. Mas mesmo excluindo da conta essas eventualidades, que vai entrar uma vez e depois vai entrar só o fluxo, mas o estoque é uma vez só, a arrecadação está indo bem, incluindo o da Previdência”, explicou.

(R7)