O deputado federal Coronel Assis (União) criticou duramente, nesta terça-feira (10), a recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU) para que o Brasil interrompa e proíba o modelo de escolas cívico-militares. Em discurso na Câmara dos Deputados, o parlamentar expressou indignação com o que chamou de “interferência externa” e responsabilizou o PSOL por influenciar a decisão da entidade internacional.
Durante a sua fala, Assis saiu em defesa das escolas cívicos-militares como modelo de ensino que apresenta resultados reais. Em Mato Grosso, além das cívico-militares há ainda 29 escolas militares, sendo 24 delas unidades da Escola Estadual Militar Tiradentes, sob responsabilidade da Polícia Militar, e cinco da Escola Dom Pedro II, do Corpo de Bombeiros.
Assis que já foi comandante-geral da Polícia Militar e ajudou a estruturar as escolas militares no estado, tem atuado para o aumento de escolas cívicos-militares no Estado. Mais 33 escolas estaduais serão transformadas em escolas cívico-militares.
“Pelo amor de Deus, onde é que nós estamos vivendo?”, questionou Assis, ao classificar como “absurda” a sugestão da ONU.
O deputado destacou a relevância das avaliações nacionais de ensino e lançou um desafio: “Façam a comparação com qualquer outra escola”, declarou.
A recomendação da ONU partiu do Comitê de Direitos da Criança, que expressou “profunda preocupação” com o que considera um cenário de violência sistemática contra crianças, agravado por discriminação racial e militarização da educação.
O comitê ainda cobrou do Estado brasileiro ações contra a letalidade policial, entre elas o combate ao racismo estrutural e a obrigatoriedade do uso de câmeras corporais por agentes de segurança.
O parecer da ONU atendeu a uma proposta enviada por representantes do PSOL — a deputada federal Luciene Cavalcante, o deputado estadual Carlos Giannazi e o vereador Celso Giannazi —, que pediram a revisão do programa de escolas cívico-militares.
Ao final, Assis acusou o PSOL de promover um “desserviço ao povo brasileiro” e criticou a influência do partido na formulação de pautas internacionais.
“Não aceitaremos que um organismo de fora diga o que é bom ou ruim para o nosso país”, afirmou o parlamentar, reforçando sua posição contra o fim do modelo cívico-militar na educação pública.