O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça-feira (28) que é possível buscar um acordo para a proposta que acaba com a isenção de compras internacionais de até US$ 50 (R$ 253). Segundo cálculos do governo, o fim da isenção nesse tipo de compra em sites de e-commerce estrangeiros pode gerar R$ 30 bilhões anuais em arrecadação, ajudando o governo a fechar suas contas, um dos principais desafios enfrentados por Haddad atualmente.
“Estive com Lula tratando desse assunto hoje e ele está conversando com seus ministros para ter um posicionamento, para ter um meio-termo de gradação tanto de alíquota quanto de prazo para que esse setor da indústria e do comércio possam ter um mínimo de condições de competir e manter os empregos. Fazer uma narrativa menor não ajuda”, disse Lira.
A isenção estava gerando insatisfação entre os varejistas brasileiros, que reclamam da concorrência desigual com os produtos importados. A medida foi inserida no projeto de lei que cria o Programa Mover, que prevê benefícios fiscais às montadoras que investirem em tecnologias de baixa emissão de carbono, mas enfrenta resistência de parlamentares.
Segundo o presidente da Câmara, a intenção é que o Mover seja votado ainda nesta terça. Isso porque, inicialmente, o programa foi instituído por meio de uma Medida Provisória que perde a validade na próxima sexta-feira (7 de junho), caso não seja analisada pelo Congresso. Após passar pelos deputados, a proposta ainda precisa ser votado no Senado.
Lira comentou que alguns setores da economia estão “sofrendo” e que a Câmara está tentando corrigir a prática “desleal” no comércio. “Nós queremos prejudicar ninguém. Tem setores, regiões que estão desempregando, porque não aguentam a concorrência que aparentemente não é saudável”, afirmou.
Embora haja a intenção de votar o projeto ainda nesta semana, existe a possibilidade de a taxação das compras internacionais ser retirada do texto do programa e discutida em um projeto de lei separado. Desde que esse assunto foi incluído na proposta, parlamentares contrários à medida têm denunciado que o trecho é um “jabuti” inserido na matéria.
(AgoraMT)